Saturday, October 14, 2006

Posts de Fevereiro de 2006




on more stress than I can handle



Esta história da candidatura a doutoramentos está a dar comigo em louca, embora a esteja a preparar desde quase sempre. Já nao sei se me apetece chorar, desesperar, desistir, atirar-me para debaixo do eléctrico (uma ideia que ainda há pouco me parecia bastante sugestiva) ou da janela.

Primeiro, foram as bolsas da FCT que abriram uns meses antes do previsto, e antes de eu chegar a Berlim. Isso é grave porque significa que entao ninguém me conhece na faculdade onde me quero candidatar e portanto como nao há milagres nao devo poder ter orientador, e quem nao tem orientador nao tem candidatura, e quem nao tem candidatura nao tem bolsa.

Segue-se o momento em que me dizem que nao posso começar no ano que vem porque só acabo o mestrado no princípio de Novembro. Em choque cardíaco escrevo para Inglaterra, onde me dizem que me passam um provisório.

Depois, recebo de volta a minha Research Proposal que toda a gente dizia ser bonita e fantástica com um comentário do professor a dizer que está muito boa, sólida e bem pesquisada, mas que o tema nao interessa ao diabo. Boa. Mando para segunda avaliaçao e, como o tempo nao abunda, começo a preparar uma segunda, com um tema bastante diferente. Venham eles, penso eu, ainda cheia de coragem, enquanto escrevo ao professor para quem escrevi um essay sobre um tema parecido.

Na minha tentativa completamente pouco convencida para conseguir um orientador, escrevo para a assistente do meu mestrado para que me de o contacto de professores que tenham a ver com a área, já que o tipinho responsável por nos ajudar com os doutoramentos me recambiou para dois sites razoavelmente inúteis. A gentil rapariga manda o meu mail para o mesmo idiota, que me responde o mesmo de sempre. Obrigadíssimo, assim também eu.

Escrevo portanto aos dois professores que foram apresentar Berlim a Inglaterra, depois de pedinchar muito os mails deles. Fico a espera de resposta.

E tudo culmina há bocadinho quando descubro que também em Bremen acharam por bem mudar a data de candidaturas de 15 para 1 de Março. Se tudo estava a ficar pronto para 15, as minhas cartas de recomendaçao nao chegam nunca antes de amanha. Estou agora a escrever a essa senhora (a gentil senhora de Bremen que nao achou por bem dizer-me que a data no mail que lhe mandei estava errada porque tinha mudado)a perguntar se aceita só tudo o resto antes e as cartas depois.

Sempre vos digo que estou a dar em maluca. Nao consigo, porque ninguém pode conseguir, gerir as alteraçoes contínuas a burocracia, mais estudar, preparar trabalhos e seminários, pedir opinioes e recomendaçoes e manter os olhos e a curiosidade abertos ao mesmo tempo. Nao aguento mais. A minha cabeça nao passa de um único burburinho polifónico.

Por outro lado, de que me serve nao aguentar mais se o mundo nao para nem por cinco minutos para eu respirar e se ninguém pode ajudar-me?
Com o que ando para frente. Mas só porque tem de ser, e cada vez mais devagar, e cada vez menos.
posted by Rita Dantas @ 17:39 7 comments
Segunda-feira, Fevereiro 27, 2006
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Ódio de estimaçao

Sábado passado, no club formerly known as Soho, que agora se chama outra coisa qualquer, conheci um daqueles tipos insuportáveis que se junta a uma conversa tentando dizer aquilo que pensa que os seus interlocutores gostavam de ouvir.
Nao sei o que é pior, se a falta de personalidade em si, se o facto de serem tao burrinhos que nunca acertam naquilo que pessoas formerly having an interesting conversation gostavam de ouvir.
posted by Rita Dantas @ 16:22 2 comments
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La routine

De há umas semanas para cá, organizo os meus dias em torno da possibilidade da chegada de uma encomenda de Portugal. Basicamente, decido se fico em casa até a hora do correio, se vou as aulas e venho no intervalo ou, a falta de intervalo, se vou logo no fim tendo de voltar ao centro para um mínimo de Internet.

Funciona muito bem, pelo que estou um bocado receosa. A partir do dia em que a encomenda chegar realmente, devo andar um pouco perdida por aí.
PS: Aceitam-se apostas sobre se a encomenda, que saiu de Portugal a 3 de Fevereiro, chega antes ou depois da minha mae, que chega a 10 de Março.
posted by Rita Dantas @ 15:52 4 comments
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Avenida dos Inválidos

Embora Lisboa seja de longe a capital mais bonita que conheço (o que diz simultaneamente que conheço poucas e que adoro Lisboa), há vários traços cosmopolitas que lhe faltam, e que podiam ser alterados sem qualquer dificuldade ou despesa para o erário público (vejam aqui que estou a falar de um fenómeno raro e por isso meritório de atençao redobrada, a possibilidade de alteraçoes sem qualquer dificuldade ou despesa para o erário público). Uma dessas alteraçoes prementes é o estabelecer, em parte da cidade a escolha, de uma Avenida dos Inválidos.

Esta ideia já me tinha ocorrido em Berlim, se Berlim e Paris tinham uns Inválidos, Lisboa nao podia ficar atrás. Mas, note-se, até os checos já tem uma Invalidovna. Esta é a hipótese de nao nos deixarmos ultrapassar em tudo pelos países de leste.
posted by Rita Dantas @ 14:54 2 comments
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Serviço público

As velas de baunilha do Plus sao geniais. Sao bonitas, duram uma eternidade, e cheiram realmente a baunilha (elas e mais a microsfera onde ardem). Tendo em conta o pulular de velas ranhosas que depois nao cheiram a nada, pareceu-me que era de partilhar isto convosco. Pronto, já está.
posted by Rita Dantas @ 14:44 2 comments
Sexta-feira, Fevereiro 24, 2006
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tao fofinho

O Panda acaba de me alertar para a possível existencia, no meu computador, de software "malicioso".
posted by Rita Dantas @ 14:53 11 comments
Quinta-feira, Fevereiro 23, 2006
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je suis une fille de la campagne



Uma das coisas que me costumava deixar envergonhada nisto de ser uma rapariga do campo exilada, era nao saber o nome das árvores. E nao querendo escrever um post em estilo composiçao da escola primária, eu gosto muito de árvores. E como gosto muito de árvores, gosto muito deste blog, de que ainda nao vos tinha falado.
PS: Na minha viagem de turma a Alemanha, jogávamos um jogo que consistia em ver quem encontrava mais árvores Caspar David Friedrich nos bosques e vales por onde passeávamos. Foi assim que soube logo que imagem procurar (e onde).
posted by Rita Dantas @ 10:29 7 comments
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Finalmente

Todas as pessoas que na Alemanha previram que um dia eu me fartaria da neve sem qualquer sucesso, podem suspirar de alívio. Hoje, quando acordei, oh tao bem disposta, e olhei pela janela para ver as coisinhas brancas do costume a cair, só pensei "Entao pá?". Mas, é preciso frisar que se fosse um nevao decente, com neve gorda a ficar nos telhados, a coisa teria sido diferente.
posted by Rita Dantas @ 10:12 1 comments
Quarta-feira, Fevereiro 22, 2006
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dos dominantes e dos recessivos

Estava a ler a Izzolda, quando me lembrei de vos contar que conhecia um rapaz que conseguia o prodígio inigualável de ser simultaneamente o rapaz mais feio de sempre, com uma margem que deixava a milhas qualquer concorrencia, e o mais burrinho, a quem tínhamos de explicar sempre tudo quatro vezes sem garantia alguma de sermos compreendidos no fim.

Lembro-me dele sempre que penso que, tendo cinquenta por cento de hipóteses de ter as pernas da minha mae, fiquei antes com as do meu pai. É azar, é certo, mas este rapaz, sim, é um verdadeiro azar da genética.
PS: Entretanto, uma boa explicaçao da história dos genes, necessariamente na versao elementar, aqui.
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posted by Rita Dantas @ 10:49 4 comments
Terça-feira, Fevereiro 21, 2006
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Falling in love again

A miúda estava tao bonita, o dia tao bonito, o mundo tao feliz, que um grupo de jovens franceses de saída de um comboio teve de discutir a impossibilidade de ela ser mesmo BB, a francesa mais bonita de sempre em conjunto com uma colega minha. E eu, até falava frances e tudo. Mas nao.
posted by Rita Dantas @ 11:21 4 comments
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Vendo a televisao checa (I)

No filme alemão que me calhou esta manha, um homem e uma mulher vão de mota até ao alto de uma colina, numa cena muito Peggy Sue Got Married. No dia seguinte, a rapariga acorda num monte de erva com ar de quem não sabe o que se passou. Ora se as pessoas normais se lembram de andar assim a ir dormir para cima de montes de erva (provavelmente montes de erva alheios e tudo) e não se lembrarem como foram lá parar no dia seguinte. Se até este momento não soubesse que este era um filme alemao, ali estava entretanto a primeira prova: num montinho de palha ali ao lado estavam todas as roupas da rapariga, dobradinhas.
A rapariga (Sophie) mais o homem voltam para casa e chega um outro tipo, o que leva o homem a esconder-se rapidamente atrás da porta. Conquentão uma galdéria! Esta seria também uma bela ocasião para perceber que o filme era alemão, porque só nos filmes alemães as galdérias têm cabelos curtos (na vida real já não sei). Bem, a coisa não dura muito e rapidamente a Sophie está de novo com o primeiro tipo, desta vez numa cabaninha de jardim, de um verde transparente, rodeada de velas vermelhas. Quem só tivese ligado agora a televisao poderia pensar que estava a ver o Mundo dos Gnomos, pelo que para não enganar os expectadores a Sophie monta-se em cima do tipo. É uma boa desculpa, parece-me a mim, que de contrário já estaria aborrecida, sexo duas vezes em locais semi-públicos antes de terminar o pequeno-almoço é de mais. Estou eu entre o ficar chateada ou não quando a Sophie se vira para o lado e começa a chorar discretamente. Pronto, pronto, pensei eu…Então, meu amor, pensa o gajo…mas rapidamente fica chateado, resmunga algo que deve meter a excelência da performance apresentada, mais o aluguer da cabine dos duendes, mais ainda com alguma probabilidade o outro tipo, e vai beber para um bar. Aqui chegados, deve também dizer-se que é razoavelmente comum os tipos alemães irem beber as suas desilusões para bares onde toca When a man loves a woman. São um pouco parvos.
Segue-se a cena mais brilhante de todo o flme, certamente completamente inédita no panorama cinéfilo internacional: amanhece e encontramos Sophie a arrumar a cabaninha do duende, dobrando-a cuidadosamente, juntando-a num montinho que inclui um cesto de piquenique e, sendo que o filme era alemão, provavelmente também um mini-extintor, não fosse dar-se o caso de as velas pegarem fogo à relva (que ao contrário da anterior, parecia que era deles). Mais, o outro tipo acorda no bar, e a empregada vamp que o deixou lá dormir oferece-lhe um copo de leite fresquinho.

Ai, que saudades tenho da Alemanha…é por isso que quando for a Karlovy Varý, talvez vá também a Bayreuth.
Entretanto, vou ver o que se passa com a Sophie.
posted by Rita Dantas @ 10:16 2 comments
Segunda-feira, Fevereiro 20, 2006
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Regra Geral

Quando uma rapariga num eléctrico na República Checa comenta que precisa é de falar com a mae dela, a mae telefona pouco depois de ela chegar a casa.
posted by Rita Dantas @ 20:09 3 comments
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do fim de semana

(muito brevemente, com promessa de dois posts logo mais tarde, um sobre televisao checa e outro sobre hóquei em patins, que estao guardados lá em casa)

Este jeitoso fim-de-semana começou na sexta a noite, depois de nao ter ido a Karlovy Vary (mas nao por nao ter conseguido), quando me juntei a Iva e as suas amigas checas e fomos dançar a uma discoteca. O ponto alto da noite é ter conhecido uma daquelas raparigas que se pensa que só existem nas agencias matrimoniais baratas. Cabelo preto longo, fato macaco branco justíssimo com um cinto de fivela brilhante ao meio, saltos altíssimos de plástico de igual alvura. Com o que acabei por desmistificar esta rapariga, que entende por "sexy" o que eu entendo por "barato", sem que isso afecte de forma alguma a sua simpatia ou o facto de ser muito boa rapariga. Ainda por cima, a despedida disse que tinha sido um prazer conhecer-me, que eu era muito bonita e que danço muito bem. Ora isto é uma mentira tao descarada, mas tao desinteressada na sua benevolencia, que a rapariga só podia ser um anjo. Facto a que se acrescenta a prova de que vinha vestida de branco e tudo.

Depois da sexta-feira de que este foi o ponto alto, o meu sábado era naturalmente totalmente dedicado a esperar pela Flauta Mágica, que eu adoro, adoro, adoro, e que ver, ver, só tinha visto no filme do Ingmar Bergman, em sueco portanto. Ora aconteceu que há dias me tinham dito que era melhor em Berlim, porque era em alemao, ao que eu respondi, com um ar vagamente sobranceiro, que as óperas eram sempre na versao original com legendas, o que eu evidentemente sei porque já fui a, vejamos, tchiii, quatro.Que isto para as certezas absolutas, já se sabe, nao há como a ignorancia. Vou chamar a este tipo de alardear de presunçoes, afirmaçoes "os-caes-desta-raça-nao-correm-muito-rápido", em homenagem ao meu irmao.
Aqui chegados, já perceberam que cheguei lá cheia de expectativas, a Flauta Mágica, finalmente, oh, como sou feliz, e o príncipe Tamino começa a cantar em checo. Sim, havia legendas, claro, mas quem se lembrou de dizer a estes tipos que se pode andar para aí a dobrar óperas como se fossem telenovelas mexicanas? Durante os primeiros dez minutos os olhos encheram-se-me de lágrimas e só queria ter podido bater em alguém, considerei sair, mas nao tinha mais nada para fazer, e tinha assim como assim pago uma fortuna...fiquei. Fiz bem, porque todos eles, mesmo a Pamina que tem um pouco o papel tradicional princesa branquinha e desinteressante o suficiente, foram fabulosos. Mas nao se pode dizer, de forma alguma, que com isto tenha ficado servida de Flauta Mágica. Mas seja, chego assim como assim brevemente a Alemanha.

Por último, fui finalmente ver o Elba e o Moldava confluir, a Mělnik. Evidentemente, a coisa nao é tao dramática como desejaríamos, mas ainda assim era uma pequena cidade encantadora, num lindo dia de sol, e almoçamos no restaurante do castelo com janela para as vinhas, descendo até ao rio, perdao, aos rios. E tinha chegado a Primavera (como poderao comprovar na fotopage lá para amanha, com o devido desconto para o momento em que fotografei a confluencia e a falsa confluencia dos rios, em que um tapete de nuvens achou por bem encobrir o céu).

E hoje é segunda feira e, como voces sabem, eu gosto de princípios.
posted by Rita Dantas @ 10:05 1 comments
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a primavera de praga

(suponho que este título vos tenha parecido provável desde o início)


Este fim de semana, algures entre a noite de quinta e o anoitecer de domingo, começou a Primavera em Praga. O que nao me surpreendeu nada, porque já sei há muito tempo que a Primavera vem ter connosco por uma espécie de convocaçao, que as estaçoes nascem com os amores.
Hoje, ocorreu-me que talvez fosse demasiado tarde. Mas seja como for, ninguém me tira os fins-de-semana cantando nas ruas. É Fevereiro, e é Primavera. Mesmo que tarde. Mesmo que em vao.
posted by Rita Dantas @ 09:52 1 comments
Sexta-feira, Fevereiro 17, 2006
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on the possibility that everyone might be crazy



Ontem, chegada a casa, comecei a cozinhar as minhas desgraças. Tres supermercados depois, quando desisti da sopa de cebola, decidi que rolo de carne também ficaria maravilhoso com molho SviÄヘková (tinha razao, há mesmo algumas possibilidades de que fosse melhor). Com o que arrumei uma certa irritaçao.

Depois, cortei batatas vermelhas em gomos, com a casca. Pincelei-as com uma mistura de azeite, pimentao doce e óregaos (uma das coisas de que gosto na minha Iva é que tem em casa um moinho de pimenta preta e um pincel de cozinha, duas coisas que sempre me pareceram fundamentais). Cortei um dedo, com o que terei substituído a ira restante por remorsos mais adequados, moí a pimenta, bailei o sal.

Em jeito de aperitivo de leste, vodka gelado, do Sr. Jelínek (ainda prefiro Moskovskaya, mas quando se mora na República Checa o Sr.Jelínek é rapidamente um velho amigo da família). Neste exacto momento, passei a distinguir a pergunta essencial da pergunta acessória. Esta história de estar vivo, da última vez que me lembro de ter verificado, era sobre a beleza, isto é, a beleza e o amor.

Para acompanhar, Kozel preta. Ah, e claro, tomates...espera, diz a minha mae que meninas com nível nao podem andar por aí a dizer que comem tomates, só tomate. Dois tomate, portanto, com azeite, vinagre balsamico, sal e oregaos (tinha uma tia, chamada Rita, que quando era nova bebeu vinagre para emagrecer...de todas as dietas loucas disponíveis, esta tem a minha cara...). Em caso de escassez alimentar, declaro conseguir sobreviver vários dias a morangos, salada de tomate e sumo de laranja.

Consumidas as mágoas, sopramo-las ao vento e ocupamos o espaço assim deixado livre com doce tabaco de maça (brlbrlbb, brlbrlbb, veee...). Outra coisa que gosto na Iva tem de ser mesmo a posse nao só de um cachimbo de água mas também da banda sonora correspondente (a Anouschka?). E foi assim que me fui deitar a pensar em coisas que estavam assim a modos que dependuradas na minha biografia pessoal, mas desta vez com bons olhos, desta vez com um sorriso. Que é onde entra aqui a possibilidade de sermos todos loucos.

posted by Rita Dantas @ 15:04 11 comments
Quinta-feira, Fevereiro 16, 2006
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walking in mělník



Hoje, eu e uma amiga íamos ver a cidade, certamente mágica, onde os rios Moldava e Elba se tornam num só (se ensiamesam, Izzolda, neologismo só para ti). Tínhamos confirmado os horários, tínhamos conseguido orientar-nos na estaçao onde o ingles da senhora das informaçoes consiste apenas em "tickets, office opposite side", estávamos na paragem a ver sair outro autocarro que nao o nosso. O meu checo rudimentar (mas tao orgulhoso de cada pequeno passo) percebeu depois de algum tempo que o nosso, afinal, só aos domingos. Horas de planeamento, despertador pela manha, passeios a chuva pela estaçao...
Rimo-nos. Nao faz mal. Também, estava a chover. Vamos antes no domingo? Bora.

E hoje fica para a história como o dia em que quase fomos a Mělkín. Amanha será, suponho, o dia que ficará para a história como aquele em que quase fui a Karlový Vary.
Veremos. A estaçao dos autocarros é o mais estrangeiro dos sítios estrangeiros.
PS: Sim, eu gosto da Cher. Mesmo. Muito. Crucifixem-me, vá.
posted by Rita Dantas @ 14:42 7 comments
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Carmen



Ontem fui ver a Carmen. A noite começou bem quando descobri que o meu lugar nao era o 11 mas o 13. Uma diferença pequena, nao fosse o facto de o meu treze ficar parcialmente atrás de uma coluna (julgo que as vendedoras de bilhetes nao gostam muito de mim). A coisa nao era muito grave, havia apenas um bocadinho do palco que me ficava escondido, e quando os actores principais se mudavam para a direita bastava-me inclinar para o outro lado (o que deixava as legendas do lado esquerdo, mas tudo bem).
O problema mais grave da Carmen foi a Carmen.Queremos uma Carmen caprichosa, forte e misteriosa, bonita e sensual, mas também um pouco egoísta e manipuladora, uma espécie de Scarlet O'Hara operática com castanholas.
Para tentar mostrar a festa que é Sevilha o encenador colocou vários homens a correr de um lado para o outro, revelando a meio caminho serem travestis, ao tirarem as perucas. A certa altura saem as raparigas da fabriqueta e os soldados cantam, mas onde está a nossa Carmencita, e mais um travesti começa a correr do fundo do palco para o centro. Quando o travesti começou a cantar que o amor é um pássaro rebelde, percebi que aquela mulher musculada de voz boa mas feia e sem qualquer jeito para o frances era a Carmen que me tinha calhado...mas bem, com aquele Don José a coisa também nao era grande desperdício.

Já a Micaëla era muito boa, e algumas das personagens secundárias, nomeadamente duas das ciganas, também. Os coros eram bons e a Carmen tem muitas cenas de grupo, o que salvou a noite. Mas está bom de ver que se há coisa que se suporta mal na Carmen é uma má Carmen...

Por necessária exclusao de partes, estava no entanto mais bem disposta a saída do que a entrada. E, sempre podia dizer de mim para comigo que, por pior que tivesse sido, a coisa nao me tinha custado mais que uma imperial no Bairro Alto.
posted by Rita Dantas @ 14:18 0 comments
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on secretaries

Esta do gabinete lembrou-me as secretárias. Se há coisa na vida que eu gostava de ter, era uma secretária. As empregadas de limpeza nao me dizem nada, já que nao vou a missa posso bem limpar a casa no dimingo de manha, mas uma secretária...
As vezes suspeito que o que mais quero numa secretária é a capacidade de dizer com uma voz credível "a (...) nao está, quer deixar recado?", como a do professor no primeiro conto dos Amores Rísiveis, mas há ainda imensas coisas para as quais uma me dava imenso jeito.

Anotar compromissos, marcar consultas, escrever e-mails importantes. Recusar telefonemas e anotar recados. Comprar bilhetes, fazer perguntas, pagar facturas. Recusar telefonemas e anotar recados. Arquivar papéis, fazer resumos, pesquisar dados. A (...) nao está, quer deixar recado?
posted by Rita Dantas @ 14:11 1 comments
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on valentine's, then (and on universal education)

Dava para escrever um post entre o deprimido e o irritado, e resmungar que depois do campo de batalha de terça feira passada até o Valentim Loureiro me parece mais desejável do que o dia de S.Valentim (que de resto nunca me pareceu nenhuma ideia genial), mas, virando a coisa ao contrário decidi antes contar-vos que o melhor dia dos namorados de sempre foi um que gastei a brincar aos legos, oh doces dias da adolescencia.

Nesse dia inventamos uma cidade que beneficiava de um sistema educativo modelo, totalmente flexível e permeável. As crianças da escola primária podiam ir ter os seus assuntos favoritos ao liceu, os da secundária podiam estudar algumas coisas na universidade e todo o espaço era simultaneamente delimitado e totalmente aberto.

Quando um dia me convidarem para ser Ministra Europeia da Educaçao, que era o cargo político que eu gostava de ter, vou ter imensos legos no meu gabinete.
posted by Rita Dantas @ 14:01 4 comments
Terça-feira, Fevereiro 14, 2006
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novidades da segunda feira

Aconteceu-me por acaso ontem ter uma vaga para o melhor filme dos últimos tempos, uns tempos quase compridos e tudo, quando fui levada por uma amiga a ver Touching the Void, um daqueles filmes que nunca teria ido ver por iniciativa própria e que portanto deixam a pessoa que me levou a ve-lo com um saldo de gratidao positivo pelos próximos vinte anos.

PS: A cultura das pipocas sempre me irritou o suficiente, mas poder levar o copo de vinho do bar para a sala tem outra pinta.
PSS: Para além de copos de vinho, também havia um cao. Aparentemente, já perfeitamente habituado a ir ao cinema.
posted by Rita Dantas @ 17:14 9 comments
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lista de aniversário precoce

A minha mae escreve-me sobre a Primavera, que aparentemente terá chegado a Lisboa, lamentando a minha existencia na Europa Central. Eu respondo que nao, que está um dia lindíssimo, que vim no eléctrico com o sol a descer sobre o rio numa luz dourada que podia ser a de Lisboa.

Bem, nao vos queria estragar o momento, mas a questao do meu sair de casa tardio, em férias, num dia tao bonito, deve estar a intrigar-vos: passei umas tres, quatro horas de volta do fogao a ensiamesar os espinafres, as batatas e as cebolas. Isto está a perder a graça. Nos meus anos, maezinha de mi corázon, quero uma panela de pressao.
posted by Rita Dantas @ 17:09 4 comments
Segunda-feira, Fevereiro 13, 2006
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referencias culturais

Outro dia, como vos contei, fui ver a Tosca. Nao sei se conhecem a Tosca mas ainda no primeiro acto, o pintor canta sobre os seus amores. Em versao resumida, sobre uma que ele ama e é morena, outra que ele admira secretamente e é loira. Nao sei de é que isto vos faz lembrar, mas cá a mim...

PS: Lembrei-me a propósito deste post.
posted by Rita Dantas @ 17:39 6 comments
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Rive Gauche

Este fim de semana, apaixonei-me de vez por Praga, num passeio comprido de Smíchov a Malá Strana, de HradÄヘany ao Josefov. É definitivo: justamente como em Paris, sou uma miúda da margem esquerda.
posted by Rita Dantas @ 10:06 1 comments
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Confissão de boudoir

Existe uma velha discussão, que começou por ser entre mim e a minha madrinha e se tornou também minha e das minhas maiores amigas de Bath, a S. e a L., sobre as vantagens ou desvantagens da circuncisão masculina. Esta discussão trava-se sempre no entanto entre pessoas que só conhecem um dos lados da moeda, com a excepção da S. (que vota contra a circuncisão, by the way).
Isto vem a propósito de que em Praga metade dos tipos que conheço são americanos e, embora o interesse que eles que vão nutrindo por mim não seja grandemente correspondido, às vezes penso que poderiam bem ser o meu passaporte para o lado informado desta discussão. Não é o suficiente para virar o curso dos acontecimentos, claro, mas é uma questão que fica no ar, e que vai ficando.
posted by Rita Dantas @ 09:27 8 comments
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manias
5 manias estranhas, entao, para o par de namoradas com mais pinta da blogoesfera:


- Escrevo só com uma mão. O clube de pessoas a quem isto irrita tremendamente já foi exclusivo, mas é agora uma verdadeira organização de massas. Julgo que a razão porque não consigo escrever com mais de uma mão, tirando ocasionais necessidades extremas que envolvem pressão simultânea em todos os pontos cardeais do teclado, seja o facto de escrever ao computador como escrevo manualmente, com o caderno, isto é, o teclado, na diagonal. Se fosse ambidextra, como a Mente, era uma dactilógrafa impecável (ainda assim sou bastante rápida, juro, contrariamente às expectativas que acabei de vos criar).

- Faço sopa cozendo os ingredientes da base, as cenouras, cebolas e batatas, numa panela separada dos restantes vegetais. Mais que uma mania, é uma contingência, suponho: na minha breve carreira de cozinheira, nunca até hoje dispus de uma panela que me permitisse juntar tudo e cantar água vai, para juntar no fim o sal e a pimenta (o que me lembra que existo sob o axioma de que a vida sem um moinho de pimenta preta é incomportável).

- Guardo os soutiens de desporto na gaveta, ou prateleira, das meias. Não ficam nada bem com o resto da minha roupa interior.

- Faço planos, por vezes com um entusiasmo que é completamente independente da probabilidade da sua concretização, especialmente em dias alegres. Por outro lado, por vezes tenho um qualquer nó na barriga que não me deixa ter um dia alegre e tenho de me sentar a percorrer o dia na cronologia inversa, até descobrir o que é. Quando descubro, tomo uma decisão a esse respeito e fico bem outra vez.

- Mando as crianças chatear o papa quando não me apetece aturá-las, o que lhes deu especial ensejo de gozar com a minha cara naquelas semanas em que não tivemos papa. Lembrei-me disto porque julgo que marca a indubitável ascensão social da nossa família. A expressão, que não inventei com nenhum especial esforço nem tem nada de original, mas me saiu desde sempre tão naturalmente como “bom dia�, virá sem dúvida dos dias da minha infância em que o meu pai me mandava chatear o bispo. Uma questão de upgrade, portanto (bisnetos de rita maria: olha, filha, vai chatear Deus).

Questionário que passo à regressada Loucura , a esta recém-chegada universitária, ao Luís, ao Felipe (como parte de uma das mil provas do concurso público em que participa) e à Rita , porque ela escreve pouco mas quando escreve é uma delícia. Quem quiser revoltar-se deverá dirigir-se à Assumidamente, que é uma querida e que tão gentilmente inquiriu das minhas manias, para levar com informação deste calibre.
Ah, e parece que ainda vos tenho de passar as regras ( "Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.") e de ir azucrinar a vossa caixa de comentários. Aqui vou eu, preparem-se.
posted by Rita Dantas @ 09:26 6 comments
Quinta-feira, Fevereiro 09, 2006
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E se um estranho...




...te oferece uma pretzel na fila do supermercado, e nunca mas nunca usaste Impulse na tua curta existencia, estás em Praga. Pensando bem, num dia tao bonito como o de hoje, tudo pode acontecer.
PS: As pretzel checas sao muito melhores que as alemas, mais salgadas e acima de tudo muito muito mais estaladiças.
posted by Rita Dantas @ 10:31 11 comments
Quarta-feira, Fevereiro 08, 2006
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on slavic style

Tenho querido escrever-vos sobre aqueles gorros russos cheios de pelo, que as mulheres aqui, especialmente as mais velhas, usam com um sentido de estilo impecável.

O meu exemplo favorito é o de uma senhora que tinha um no exacto tom de cinzento do seu cabelo, de forma a que uma franja lhe emoldurava discretamente o rosto saída do chapéu e as pontas se reviravam alegremente debaixo dele, uns dois centímetros alegremente juvenis.

Mas a coisa nao acaba na possibilidade de os combinar com o cabelo, os casacos, a estola ou o tom de pele: estes chapéus penteiam-se. Bem me parecia que esta ideia maravilhosa ainda nao vos tinha ocorrido. Logo, um "hoje trazes risco ao lado" ou "que gira que ficas com esses ganchinhos" (como se fosse verdade) pode passar a "hoje penteaste o chapéu para a esquerda" ou alternativamente "onde vais filha, assim com o chapéu todo em pé?". Magnífico.

O penteado do chapéu pode por sua vez ainda combinar nao só com o da dona, mas também com o alfinete colocado no chapéu, de forma a realçá-lo. Estes chapéus, digo-vos, sao um mundo.
posted by Rita Dantas @ 15:08 5 comments
Segunda-feira, Fevereiro 06, 2006
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Tosca

Sexta-feira, estava aqui muito bem na net, quando descobri que a Tosca estava quase a começar no Teatro Nacional (o edifício glamoroso do entorse lá de baixo). Levantei-me, e fui. Hesitei um pouco entre o bilhete de sete euros e o de dois e meio, fiquei com o de sete, e pronto. Fui a ópera. Magnífica, linda, mágica.
Assim.
De olho no calendário, faltam já menos de duas semanas para a Flauta Mágica, mas talvez também vá a Carmen amanha. Ai, morar em Praga.


PS: Versao Lisboa: num belo dia de sol, Rita Maria descobriu que a próxima temporada do Sao Carlos incluia a Tosca, de Puccini, entre outras quatro ou cinco. Sacrificando a compra de tres pares de sapatos, quatro camisolas e nao comendo durante cinco dias, conseguia a justa poupar dinheiro para pagar o privilégio de se sentar no meio do cheiro a naftalina, proveniente dos casacos de peles que saem a rua tres vezes por ano. Com sorte, ainda dava para um Kit Kat no intervalo. Com tempo para ouvir comentar que, infelizmente, nao há público de ópera em Portugal.
posted by Rita Dantas @ 15:28 5 comments
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um post de cama

No princípio, tive algum frio na cama em Praga. A coisa envolveu a estranha conviçao dos povos do centro da Europa de que eventualmente, depois de uma miúda adormecer, já nao precisa de aquecimento até uma ou duas horas antes de acordar. Esta teoria escapa-me de todo e acabava comigo a acordar com frio, até porque só tinha dois singelíssimos e finíssimos edredons de Verao que juntos quase cobriam a minha king-queen-and-who-ever-wants-to-join-them-still cama.

Entretanto lá reprogramamos o aquecimento e a Iva foi um amor e voltou de casa dos pais com um edredon de penas (sobre técnicas para impedir as penas de fugir para as pontas, outro dia.

Mas o que vos ia contar é que outro dia, em que me pareceu estar a ficar adoentada, decidi encher o cérebro de ficçao barata, um glorioso conjunto de paperbnacks fúteis da Pinguin.
E uma das suas personagens tinha tido a ideia absolutamente brilhante, genial, de dormir por debaixo mas também por cima de edredons. Pelo que ontem refiz a minha cama patchwork e remeti os edredons de Verao para debaixo do lençol de baixo.

E como isso foi quase tao boa ideia como fritar as nozes em mel antes de as lançar a salada, vim logo partilhá-la convosco.
posted by Rita Dantas @ 15:11 3 comments
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Piada do dia

A santidade do casamento, aqui.
posted by Rita Dantas @ 15:08 0 comments
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Sorella

Conversa com a minha irma:
-Entao Vitória, como vai tudo, a vida, os namorados?
Ainda tens aquele namorado chato?
-Nao, nao, já o deixei...
-E já tens um novo?
-Nao, mas vou ter...ora, deixa ver, para aí terça-feira...

O mais lixado é que, muito provavelmente, ela tem razao. O mundo da minha irma é genial.
posted by Rita Dantas @ 08:26 2 comments
Sexta-feira, Fevereiro 03, 2006
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Petit Déjeuner

Lendo o Prague Post I

Está tanto frio em Praga que o Jardim Zoológico passou os pinguins do lago gelado onde costumam estar para um espaço interior.

Lendo o Prague Post II

Um turista num museu ingles tropeçou ao atar os cordoes dos sapatos, destruindo dois vasos chineses da dinastia Ming (esta é evidentemente dedicada ao Tiago)
posted by Rita Dantas @ 12:37 4 comments
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Swiss

Agora que já reservei os bilhetes da minha mae e nao há risco de a promoçao se esfumar face aos milhares de leitores deste blog (claro, isso mesmo), posso contar-vos que a forma mais barata e cómoda de vir de Portugal para Praga é agora a Swiss (os bilhetes para duas pessoas ficaram em pouco mais de 300 euros).
PS: Já de Praga para Brno nunca fui, mas os preços dos comboios sao bastante razoáveis (embora os checos aconselhem ir antes de autocarro, o que é bastante mais rápido). A Ryan Air inaugurou entretanto um voo directamente para Brno, de Londres.
posted by Rita Dantas @ 12:08 2 comments
Quinta-feira, Fevereiro 02, 2006
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Notícia do ano



Para todos aqueles cujo frances já teve melhores dias (como eu) e que as vezes precisavam de um diccionário para decifrar algum ingrediente das receitas da Elvira na Tasca, uma das minhas escrevedoras de blogues favoritas alargou horizontes e, em portugues, partilha receitas aqui, das mais simples as mais complicadas, das que nos rodearam a infancia as mais exóticas. Grazie, Elvira, és um anjo.
posted by Rita Dantas @ 16:28 6 comments
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Lola corre, está bem, mas o que é que eu tenho a ver com isso?

Ontem consegui finalmente ver a minha versao do Lola Rennt (que pecava pelo facto de eu nao ter colunas para ouvir o filme em volume alto o suficiente para ouvir os diálogos nem ouvidos para aguentar esse volume quando os diálogos eram substituídos pela batida repetitiva da banda sonora). Aconteceu-me mesmo por acaso que tinha acabado de abrir uma vaga na lista dos filmes sobre os quais se fez grande alarido mas que nao passam de um exercício estético engraçado e se tornam vagamente aborrecidos.
posted by Rita Dantas @ 14:54 1 comments
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des excuses




Bem sei que esperavam uma sessao de desculpas melhor do que o facto de a Internet ficar em Hibernská, a mais de dez minutos da Rytirská.
Foi por isso que ontem, a falta de melhor, voltei a torcer o pé.
Em jeito de apontamento prévio, eu gastei a minha adolescencia a torcer regularmente o pé direito. Eventualmente, os meus ligamentos ficaram mais fortes e quando o pé saía do lugar voltava sozinho ao sítio, o que me deixava inchada de orgulho. Fazia ploc para um lado, mas ploc para o outro logo a seguir.
O problema quando eu ontem caí ao pé do Teatro Nacional foi que o pé fez ploc ploc ploc, e eu, caída no chao com dores mais fortes do que nos últimos anos, senti que ele tinha feito uns plocs a mais e nao ia voltar ao sítio. Ao que se segue o momento absolutamente heróico em que, o seu belo rosto contraído de dores, Rita Dantas pressiona todos os músculos disponíveis e força o pé a voltar ao sítio. Ploc.

A episódio permitiu uma boa análise da sociedade checa. Por um lado, ofereceram-me imediatamente pomoc (socorro ou ajuda), provando a utilidade da minha primeira palavra checa que aprendi. Por outro, o sistema de saúde checo é altamente eficaz: ainda eu mal tinha acabado de cair, já estava um senhor de uma ambulancia a minha frente (pronto, cada um acredita no que quer, se nao quiserem comprar a história de os checos terem um sistema de pré-aviso de desastres que lhes permite chegar ao local em menos de um nanosegundo, nao acreditem).

Enfim, levantei-me e muito devagarinho, fui andando (que é o conselho suíço, que subscrevo com os meus anos e anos de experiencia). E no dia seguinte, ainda a mancar, vim escrever no blog.
PS: A partir deste post podem observar a ascensao social do fenómeno entorse do pé direito, que agora escolhe a proximidade de edifícios glamorosos como o Narodní Divadlo.
posted by Rita Dantas @ 14:25 7 comments
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Porque isto nao volta ao normal

Estou oficialmente a procura de uma forma de me mudar de armas e bagagens. Seja de moto proprio, como fez a Maria Lua, seja para outro servidor qualquer. Aceitam-se conselhos dos poucos que conseguirem ver este post, caso haja alguns.
posted by Rita Dantas @ 09:28 0 comments

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