Saturday, October 14, 2006

Quinta-feira, Março 23, 2006

Parabéns!

Hoje, dia lindo de sol, faz anos a minha mae, anos daqueles que ninguém lhe dá. E sabe bem começar o dia, e o dia neste blog que tenho-nao tenho, a contar-vos sobre a minha mae.

Há uns tempos, quando me chegou a Primavera, a minha mae escrevia por aí que quando as filhas agarram a felicidade, as maes se sentem orgulhosas da educaçao que lhes dao. Nao sei da validade destes pressupostos para as outras pessoas, mas sempre vem a coisa ao caso para vos contar que, de tudo o que em mim é bom e correcto, a grande maioria colhe directamente do exemplo da minha mae, do que me disse desde pequenina, ou dos genes que me passou (já do resto, aqui assumo inteira responsabilidade). Os conselhos sensatos que dou aos amigos, oh, quantas vezes precisavam de aspas, as decisoes correctas que tomo e a força e a independencia que, as vezes, significam, oh, quao dependentes sao no fundo da forma como cresci (e isto vai das tentativas de dyi canalizaçao ao saltar de país em país). As quinhentas vezes em que, entre ir para a direita ou a esquerda, considero o que pensaria a minha mae, as vezes em que nao sei e telefono a perguntar.

Há pessoas que estructuram uma vida para nao ser como os pais, e que prometem ser para os seus filhos algo de completamente diferente. Eu pelo meu lado conto-vos que se algum dia for uma pessoa do tamanho da minha mae, terei excedido todas as expectativas que tenho a meu respeito. Se um dia educar os meus filhos como fui educada, terei alcançado a minha maior conquista.

As pessoas teem heróis, modelos de vida, exemplos e mentores. Eu, tenho a minha mae. Com o que vou, escusado será dizer, muito melhor servida.

Bem, estou a perder-me, está visto. O que ia mesmo dizer é que a minha mae é uma mulher fabulosa. É inteligente e muito bonita, tem a força do mundo e a inocencia das crianças, um coraçao maior e toda a grandeza de alma e pensamento. Com o dia de hoje, sao 47 anos disto. Parabéns, madrecita, És a maior!

posted by Rita Dantas @ 07:51 3 comments


Quarta-feira, Março 22, 2006

Contentamento, a medo

Parece que isto esta a funcionar de novo. Nao vamos por-nos para ai a lançar foguetes antes do tempo, mas eis algumas novidades em resumo muito resumido:

1.Em primeiro lugar, ja com atraso consideravel, regista-se a visita do Luís a Praga. E regista-se acima de tudo porque tanto o Luis como o amigo que veio com ele eram pessoas amorosas e e muito muito bom conhecer pessoas de que se gosta. De certa forma, acho que eles sao o exemplo acabado de porque gosto muito dos portugueses, ou melhor, daquilo de que gosto muito em Portugal. Jantaram lá por casa, no que e preciso dizer que tiveram azar (ver novidade 2 para desculpa esfarrapada), e fui-me impondo com toda a lata nos diferentes dias em que por cá estiveram. Parece que gostaram de Praga, e ainda bem. A pergunta que fica e, evidentemente, se gostarao igualmente de Berlim...

2. Estou com muito, muito trabalho. As candidaturas as bolsas exigem muito, especialmente a preparaçao do zero de um plano de trabalhos novo. Simultaneamente, o trabalho que tenho de escrever ate ao fim do mes, umas trinta paginas sobre partidos social-democratas da regiao, acabou de ganhar por sugestao do professor um capitulo adicional sobre as possibiulidades de sobrevivencia da social-democracia no geral da sociedade pos-industrial. Dez paginas chegarao certamente para cobrir uma questao tao comezinha como esta.

3. Continuo muito, muito feliz. Trago o estomago na dialectica entre alegrar-me porque ja falta pouco para berlim ou deprimir-me porque isso significa que tenho menos dias para tratar do essay. De alguma forma estranha, ja a minha ida para Portugal no proximo dia 5 alegra-me mesmo sem dialectica.

4. Comecei a vir trabalhar para as dependencias da Universidade de Nova Iorque aqui em Praga. Os computadores nao exigem password e, principalmente, a impressora e de uso totalmente livre. O lado negativo e a ausencia de acentos que ja devem ter notado. Outros lados negativos incluem o facto de a maioria desta gente serem putos americanos mimados e muito ricos, completamente futeis. Agora mesmo excitei-me e corrigi uns por causa da historia do Ich bin ein Berliner, mas estes eram porreiros. A coisa e do pior, outro dia estavam todos a ver o seu Facebook (o que fariam os americanos antes do Facebook?) e a discutir se realmente seria possivel viver na Europa com menos de 800 dolares por semana. Claro que concluiram que nao, a nao ser que nao se comesse. Deus, Maria.

5. Tenho uma panela de pressao. Este e talvez o mais importante dos pontos anteriores, nao fazem ideia da melhoria que isto introduz na minha qualidade de vida. De tres horas a cozer a sopa passei para no maximo uma, isto incuindo ja todos os diferentes descascares, passar e mudar para tupperwares, com a cozedura a significar no maximo uns vinte minutos, isto incluindo levantar fervura, etc. Estou muito feliz. Esta panela entra directamente para o top cinco de coisas mais maravilhosas que recebi de presente na vida. Nao estou a exagerar.
6. Ha uns dias, houve um bocadinho de Primavera daquela que e para toda a gente e nao so para as miudas apaixonadas. Mas ja passou, claro. Esta a nevar de novo. Honestamente, ja chega. Juro.

posted by Rita Dantas @ 10:49 7 comments


Outro teste, para variar

Estou a ficar cansada disto...se alguem tiver o mail deles, por favor partilhe comigo, para eu lhes enfernizar a vida.

posted by Rita Dantas @ 09:08 4 comments

Sexta-feira, Março 17, 2006

Teste.

E agora era boéda giro e eu conseguia abrir o blog e escrever nele e tudo, e os outros também conseguiam. Era, nao era?
Update: Quero o meu blog de volta! Agora!

posted by Rita Dantas @ 11:39 14 comments


Quinta-feira, Março 16, 2006



Súbita onda de posts II

The Communism Museum

Eis aqui entao para um post revoltado. Comecemos pelo princÍ­pio: as ditaduras comunistas foram coisas horrÍ­veis, que nao hÁ como nao condenar. Informar sobre o que se passou É essencial para evitar que volte a acontecer.
Mais, o comunismo checo sofreu nao sÓ apenas o carÁcter ditatorial do seu prÓprio sistema, como a invasao soviÉtica quando o sistema estava a mudar. A resistencia do povo checo tem contornos que nao hÁ razao para nao chamar de herÓicos.

Depois destes pontos prÉvios, sempre vos conto que o Museu do Comunismo aqui em Praga É o maior pedaÇo de anti-comunismo primÁrio e imbecil de toda a histÓria da Humanidade. Consegue contar toda a histÓria do regime na RepÚblica Checa sem contar que os tipos ganharam as eleiÇoes, garante ter sido o PC checo formado por refugiados na RÚssia que "capitularam" (ao que se segue sem explicaÇao que o partido se torne o maior da ChecoslovÁquia), garante, sem medo ou hesitaÇao, que Lenine era anti-sistema porque o seu irmao foi morto pelas tropas do czar (a biografia de Marx tambÉm É cheia de pinta, Engels nao hÁ). ComeÇa com um poster que diz que as mulheres nestes paÍ­ses tambÉm teriam queimado soutiens se os tivessem, para depois dizer mal dos tipos que obrigaram as mulheres a ter empregos tal como obrigavam os homens. E ainda fala dos pesticidas e da paranÓia da guerra e da protecÇao contra ataques inimigos como se nos Estados Unidos na altura nao se passasse exactamente o mesmo. Com um detalhe adicional, a frase " Como se algum dos inimigos da URSS algum dia pudesse atacar cidades, escolas e hospitais".

Que o bicho fique por cima do McDonald's, nao me espanta. Que fique no mesmo andar de um casino, tambÉm nao. Que todos os checos com quem falei se riam de mim quando digo que lÁ fui, ainda menos.

O Museu do Comunismo, que nem sequer É barato, vira a HistÓria como lhe apetece, escreve os disparates que quer e faz dos visitantes idiotas como se eles nao fossem reparar.

PS: Claro que escrevi uma entrada gigante no livro de visitas. Para nada, sim, eu sei.

posted by Rita Dantas @ 10:26 6 comments

Súbita onda de posts II

Terrorism

De acordo com a amiga Condi, o Irao é agora uma espÉcie de banco central de terroristas. Estou muito interessada nesta nova instituiçao financeira. Agrada-me tanto a hipótese do leasing, alugar um terrorista por umas semanas (embora me preocupe aqui a questao da devoluÇao em bom estado), como a do investimento a longo prazo: se lá puser o meu terrorista, quantos nao poderei colher numa poupança a dez anos, por exemplo?
As hipóteses sao evidentemente infinitas, espero que também no caso do cambio. Tenho aqui un rapazes interessados apenas em virgens, e dava-me jeito trocar por uns mais fogosos bascos.

posted by Rita Dantas @ 10:26 1 comments

Súbita onda de posts I

La visite des parents

Entre sexta e terça passadas tive o extraordinário privilégio de receber mi Mamancita e o Ferra. O programa envolveu o enchimento do frigorÍ­fico com brilhantes iguarias, o alargamento substancial da garrafeira, a chegada da minha maravilhosa panela de pressao (post prÓprio sobre este assunto segue dentro de momentos) e...ah, sim, claro, tambÉm envolveu qualquer coisa para os pobres desgraÇados, espero, para alÉm do maior nevao de Praga nos Últimos 50 anos.

Subimos ao castelo, corremos as ruinhas de Mala Strana (incluindo outras jÁ de Hradani, entre as quais a tao ansiada NovY SvEt), andamos pela Cidade Velha, pelo Bairro Judeu e por todos os sÍ­tios onde tem de se andar, com mais umas ruelas e edifÍ­cios da minha preferencia pessoal. Comemos variadas especialidades checas (incluindo o bife sem molho com cenouras), bebemos outras diversas especialidades checas (lÁ chegaremos ao post sobre as diferentes cervejas checas), e gastamos um dia a ver Brno, uma cidade razoavelmente desengraÇada onde eu comi a mais fabulosa comida da RepÚblica Checa atÉ hoje (ao que nao se segue post sobre o assunto, mas antes uma pesquisa na net de receitas, que poderao depois ser experimentadas por visitantes que nao me deixem a ganhar teias de aranha em Berlim).

Actividades a pedir post prÓprio sao a evidente ida a Ópera, no caso para ver o Rigoletto, e a visita ao Museu do Comunismo, que me irritou de forma tao solene que dÁ tambÉm direito a texto autÓnomo.

Em jeito de balanÇo, e apesar da altura difÍ­cil em que me vieram visitar, entre candidaturas e trabalhos, foi, como É evidente, muito bom te-los por cÁ, recebe-los em casa e passeÁ-los por aÍ­ (ah, e mostrÁ-los aos colegas, vejam como os meus pais sao muito mais fixes que os vossos). TerÇa feira deixei-nos no aeroporto, e segui para a faculdade.
Ah, pois É. A vida normal segue sempre dentro de momentos.

posted by Rita Dantas @ 10:09 1 comments

Sexta-feira, Março 10, 2006

Da inevitabilidade do ser

Estava a pensar escrever sobre polÍ­tica. Por exemplo porque concordo com uma amiga que É parvo e uma falta de educaÇAo ficar sentado a fazer birrinha na tomada de posse do novo Presidente da RepÚblica, e ainda que me parece reflectir a relaÇAo azeda que a esquerda tem com a democracia, indecisa entre achar que o povo no qual deposita toda a esperanÇa É estÚpido e manipulÁvel, ou admitir o seu prÓprio falhanÇo, o que É duro. Levantar-se para o Cavaco É triste, ficar sentado para o paÍ­s É mais. Mas depois apeteceu-me muito mais contar-vos que estÁ sol, um dia lindo, e que acordei de sonhos bonitos.

Mas estava tambÉm a pensar escrever-vos sobre polÍ­tica porque organizaÇOes gays de Berlim nAo deixaram falar o imbecil do PR polaco, conhecido pelas suas declaraÇOes ultraconservadoras e por ter proibido uma manifestaÇAo do Orgulho Gay pela cidade de que era Presidente da CAmara. E isto É importante e, ao contrÁrio da patetice supra-citada, traz razOes bonitas. Mas com o direito polÍ­tico ao amor volta o meu lado lamechas e posso passar do idiota do polaco a contar-vos como amo o meu amor em menos de cinco segundos.

Por Último, queria tambÉm contar-vos que a WASG de Berlim (uma organizaÇAo de que talvez se recordem de ler por aqui algures, jÁ que nos quadros dirigentes estava um rapaz mesmo giro que tinha uma aula comigo, o Luigi) mandou passear o PDS e o Linkspartei contra a opiniAo da sua direcÇAo, demontransdo que estÁ viva e de melhor saÚde e energia do que eu a pensava, mas quem fala em energia fala em cantar na rua e em sorrisos parvos, e jÁ estAo a ver o caminho que isto leva.

É para verem porque É que nAo escrevo. Eu ainda penso, que penso, e em coisas sÉrias e tudo, mas no fim sou sempre, e a Rita que sou É amor toda. É, disto, Patsy, da inevitabilidade da lamechice que se faz a Primavera de Praga. De certeza que ainda queres mais capÍ­tulos?

posted by Rita Dantas @ 12:48 17 comments



Quinta-feira, Março 09, 2006



Uma árvore é um amigo


Para nAo dizerem que nao vos avisei, ou que nAo partilho convosco as coisas boas que partilham comigo, fiquem a saber que este site É uma preciosidade, contendo um pouco de tudo, do Tom Sawyer ao Tragabolas, dos Vitinhos (os dois! e como ri no fim...) Í Pasta Medicinal Couto,passando tambÉm pr canÇOes e programas de rÁdio.
PS: NAo chorem, vÁ.

posted by Rita Dantas @ 09:26 10 comments


Quarta-feira, Março 08, 2006


Optimismo

Estava aqui a roer a minha consciͪncia e o meu orgulho, escrevo ou nAo escrevo a pedir uma carta de recomendaÇAo Í quele professor quando, de repente, se fez luz. O pior que me pode acontecer É ele dizer que nAo. E mandei.

posted by Rita Dantas @ 17:49 2 comments


Confissao

Passeio um bocadinho a cerveja pela boca, porque gosto do formigueiro que me faz nas gengivas.

posted by Rita Dantas @ 17:24 3 comments

já que estamos numa de links

Fizeram anos as meninas da Confraria do Atum e a deliciosa Izzolda, muitos parabÉns atrasados (maduros?).

posted by Rita Dantas @ 11:05 1 comments

Piada do dia

Se É anedota de loiras, sÓ pode estar na Tabacaria (e mete blogues e tudo).
posted by Rita Dantas @ 11:01 0 comments

ach du lieber gott

Vim para a universidade trabalhar, mas estÁ a revelar-se completamente impossÍ­vel. De repente, estava eu muito bem num computador todo quadragÉsima geraÇao, quando um tipo esquisito, vagamente parecido com Jesus Cristo se Jesus Cristo se lembrasse de usar chinelos com meias brancas, comeÇa a partilhar umas frases em voz alta com o resto da sala. Louco, pensei eu, vagamente chateada.
Mas depois ele fechou a porta e comeÇou a dar uma aula. Disse-me que podia ficar se quisesse e eu cometi o grande erro de nao me ir imediatamente embora, que É para verem como sou tosca. E agora aqui estou eu, na primeira fila de uma aula de estatÍ­stica dada por um professor muito enÉrgico que nao se cala um segundo e tem uma projecÇao de voz verdadeiramente admirÁvel, a tentar concentrar-me em candidaturas e pesquisas por bibliotecas, sem poder sair daqui. HÁ muito azar na vida, serÁ possÍ­vel que isto dure mais de uma hora?

posted by Rita Dantas @ 10:53 4 comments



Segunda-feira, MarÇo 06, 2006



Definiçao


ou

Novidades do fim de semana


Pode-se primeiro discutir se se prefere Tolstoi ou Dostoievsky, passar para a polÍ­tica, contar das maravilhas do amor enquanto a alma se nos esvai num beijo e convencer alguÉm de que rebolar por um monte de neve fresca abaixo É uma Óptima ideia, tudo num perÍ­odo de menos de quinze minutos. É a isto que chamo a Primavera.

posted by Rita Dantas @ 17:52 17 comments


dos resultados da polí­tica abaixo indicada, da primavera, do amor, dos deuses

Depois de uma luta quase desumana contra as evidencias, as coincidencias, o Óbvio, e a mudanÇa das estaÇoes, houve um dia em que nao sÓ perdi a culpa, porque nao a tendo no passado, consciencia tranquila, nao posso passar a te-la a ensombrar-me o presente, como perdi tambÉm o medo, as defesas, as barreiras, o orgulho.

Lancei um convite e ele veio, aceitamos as evidencias, falamos muito. Chamamos-lhe amor, e chamamos-lhe inevitÁvel. E fomos felizes. Do futuro, ninguÉm sabe. NÓs sabemos da magia, dos olhares, da vida e do amor. E de ser felizes.

PS: Espero que, comigo apaixonada, o blog nao se torne muito aborrecido. Se tornar, É favor prestar atenÇao aos links e demontrar compreensao de forma activa.

posted by Rita Dantas @ 17:04 5 comments


Sexta-feira, Março 03, 2006


das polÍ­ticas das candidaturas

A Universidade de Bremen, face a aparentemente bastantes mais pessoas que tinham visto 15 de MarÇo como data limite da candidatura, aceita candidaturas atÉ essa data. E ainda dizem que nao É Primavera.

posted by Rita Dantas @ 13:04 2 comments


das polÍ­ticas do desenvolvimento

A RepÚblica Checa É desde quinta feira um paÍ­s desenvolvido, e nao mais um paÍ­s em vias de desenvolvimento. Rumores circulam que na mesma reuniao os mesmos senhores sisudos consideraram a necessidade de fazer regredir Portugal para o patamar anteriormente ocupado, entre outros paÍ­ses, por esta repÚblica em que me encontro. Se desistiram nao foi por causa de o paÍ­s ser desenvolvido, mas por nao encontrarem nenhuma evidencia de que estivesse em vias de desenvolver-se.
posted by Rita Dantas @ 13:01 3 comments

da polÍ­tica da abertura dos afectos

Na sequencia de uma quantidade de acontecimentos que nao vale a pena relatar, percebi entre outras coisas que existia um sentimento de culpa, despropositado mas inteiramente compreensÍ­vel, que me impedia de dar oportunidades a pessoas que queriam entrar na minha vida pela porta da frente.
Foi quando descobri que eliminÁ-lo era parte do meu caminho para me fazer feliz outra vez, e o eliminei (na medida dos possÍ­veis, claro). Abordei a coisa de forma radical transformando um pedido de desculpas que devia na sequencia dos ditos eventos num convite para vir a Praga.
Porque dizia numa revista que manter a abertura era o essencial. Porque me disse um amigo que devia tentar, dar uma hipÓtese, correr um risco por monstro que fosse.

Pelo que vos conto portanto desta radicalÍ­ssima alteraÇao e vos deixo a espera de resultados. Mi aguardem.

posted by Rita Dantas @ 12:56 4 comments


Quarta-feira, MarÇo 01, 2006


7 manias novas

- Quando estou a jogar Free Cell, odeio admitir que sou tao pouco interessante e tenho tao pouco que fazer quero jogar outro jogo. Digo-lhe sempre que nao e depois vou lÁ acima carregar em "novo jogo".

- Ando, desde Berlim, sempre com um mapa da cidade onde moro. E sim, tenho tambÉm a mania de que sou especialmente boa a le-los (na verdade, nao tenho, sÓ acho que saber ler um mapa É elementar e que sao os outros que tem uma qualquer estranha dificuldade).

- Provo sempre as natas batidas do cafÉ antes de mexer, e se forem chantilly como-as primeiro.

- Nao gosto que tirem toda a cÁpsula de uma garrafa de vinho para abri-la. sim, É um preciosismo snob, mas É tambÉm uma questao estÉtica, É um gesto feio que nao vem nada ao caso quando se vai beber vinho. No mesmo grupo de gestos que me parecem horrÍ­veis estÁ o bater de maÇos de tabaco (honestamente, se for mesmo necessÁrio, parece-me que se devia fazer em privado).

- Durmo com um mÍ­nimo de duas almofadas.

- FaÇo concursos de "suster olhares" com rapazes giros nos transportes. Desisto primeiro quando eles parecem estar quase a achar que divertimento tao inocente É desculpa para meter conversa. O flirt por jogo sÓ tem graÇa com um adversÁrio a altura.

- Gosto de papel. Tenho uma agenda de papel de que preciso, escrevo cartas que nao podiam ser mails, nem telefonemas nem faxs, compro papel novo e fico feliz. Com o que me lembro que É isso mesmo que tenho de fazer, jÁ que perdi o meu segundo caderno desde que cheguei (a minha teoria sobre a razao pela qual mais ninguÉm É tao bom a checo como eu, É que passo a vida a passar tudo de novo).

RepetiÇao em honra da Esdruxulina, manias novas e tudo, em nÚmero de sete, com o que se encerra definitivamente o capÍ­tulo das manias, mesmo que a corrente me seja passada pelo Papa lui-meme.

posted by Rita Dantas @ 12:52 11 comments


Dieta (II)

Odiava morar naqueles paÍ­ses em que Dieta É o nome dado ao Parlamento.

posted by Rita Dantas @ 12:50 1 comments


Dieta (I)

Estou a fazer aquela dieta em que sÓ se come proteÍ­nas. Combino-a com a dieta em que se podem comer hidratos de carbono e alio ainda aquela que poe o enfase nos legumes e nas frutas. Estou tambÉm a seguir simultaneamente a dieta que permite uma indulgencia por dia, a que permite doces a meio da manha e a que acrescenta outra indulgencia por semana.
EstÁ a funcionar muito bem. Realmente nao tenho fome, tem razao os nutricionistas que dizem que o ideal É cada pessoa encontrar a sua conjugando vÁrias. É uma pena nao ter balanÇa, tenho a certeza de que se tivesse estava tudo provado jÁ estava a ganhar dinheiro a custa disto.

PS:É a teoria da alimentaÇao equilibrada: enquanto nos conseguirmos equilibrar ao apertar os cordoes dos sapatos, estamos Óptimos.
PSS:Agora a sÉrio, posso voltar pelo menos ao meu estado prÉ-Inglaterra por passe de mÁgica?

posted by Rita Dantas @ 12:44 1 comments
Posts de Fevereiro de 2006




on more stress than I can handle



Esta história da candidatura a doutoramentos está a dar comigo em louca, embora a esteja a preparar desde quase sempre. Já nao sei se me apetece chorar, desesperar, desistir, atirar-me para debaixo do eléctrico (uma ideia que ainda há pouco me parecia bastante sugestiva) ou da janela.

Primeiro, foram as bolsas da FCT que abriram uns meses antes do previsto, e antes de eu chegar a Berlim. Isso é grave porque significa que entao ninguém me conhece na faculdade onde me quero candidatar e portanto como nao há milagres nao devo poder ter orientador, e quem nao tem orientador nao tem candidatura, e quem nao tem candidatura nao tem bolsa.

Segue-se o momento em que me dizem que nao posso começar no ano que vem porque só acabo o mestrado no princípio de Novembro. Em choque cardíaco escrevo para Inglaterra, onde me dizem que me passam um provisório.

Depois, recebo de volta a minha Research Proposal que toda a gente dizia ser bonita e fantástica com um comentário do professor a dizer que está muito boa, sólida e bem pesquisada, mas que o tema nao interessa ao diabo. Boa. Mando para segunda avaliaçao e, como o tempo nao abunda, começo a preparar uma segunda, com um tema bastante diferente. Venham eles, penso eu, ainda cheia de coragem, enquanto escrevo ao professor para quem escrevi um essay sobre um tema parecido.

Na minha tentativa completamente pouco convencida para conseguir um orientador, escrevo para a assistente do meu mestrado para que me de o contacto de professores que tenham a ver com a área, já que o tipinho responsável por nos ajudar com os doutoramentos me recambiou para dois sites razoavelmente inúteis. A gentil rapariga manda o meu mail para o mesmo idiota, que me responde o mesmo de sempre. Obrigadíssimo, assim também eu.

Escrevo portanto aos dois professores que foram apresentar Berlim a Inglaterra, depois de pedinchar muito os mails deles. Fico a espera de resposta.

E tudo culmina há bocadinho quando descubro que também em Bremen acharam por bem mudar a data de candidaturas de 15 para 1 de Março. Se tudo estava a ficar pronto para 15, as minhas cartas de recomendaçao nao chegam nunca antes de amanha. Estou agora a escrever a essa senhora (a gentil senhora de Bremen que nao achou por bem dizer-me que a data no mail que lhe mandei estava errada porque tinha mudado)a perguntar se aceita só tudo o resto antes e as cartas depois.

Sempre vos digo que estou a dar em maluca. Nao consigo, porque ninguém pode conseguir, gerir as alteraçoes contínuas a burocracia, mais estudar, preparar trabalhos e seminários, pedir opinioes e recomendaçoes e manter os olhos e a curiosidade abertos ao mesmo tempo. Nao aguento mais. A minha cabeça nao passa de um único burburinho polifónico.

Por outro lado, de que me serve nao aguentar mais se o mundo nao para nem por cinco minutos para eu respirar e se ninguém pode ajudar-me?
Com o que ando para frente. Mas só porque tem de ser, e cada vez mais devagar, e cada vez menos.
posted by Rita Dantas @ 17:39 7 comments
Segunda-feira, Fevereiro 27, 2006
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Ódio de estimaçao

Sábado passado, no club formerly known as Soho, que agora se chama outra coisa qualquer, conheci um daqueles tipos insuportáveis que se junta a uma conversa tentando dizer aquilo que pensa que os seus interlocutores gostavam de ouvir.
Nao sei o que é pior, se a falta de personalidade em si, se o facto de serem tao burrinhos que nunca acertam naquilo que pessoas formerly having an interesting conversation gostavam de ouvir.
posted by Rita Dantas @ 16:22 2 comments
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La routine

De há umas semanas para cá, organizo os meus dias em torno da possibilidade da chegada de uma encomenda de Portugal. Basicamente, decido se fico em casa até a hora do correio, se vou as aulas e venho no intervalo ou, a falta de intervalo, se vou logo no fim tendo de voltar ao centro para um mínimo de Internet.

Funciona muito bem, pelo que estou um bocado receosa. A partir do dia em que a encomenda chegar realmente, devo andar um pouco perdida por aí.
PS: Aceitam-se apostas sobre se a encomenda, que saiu de Portugal a 3 de Fevereiro, chega antes ou depois da minha mae, que chega a 10 de Março.
posted by Rita Dantas @ 15:52 4 comments
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Avenida dos Inválidos

Embora Lisboa seja de longe a capital mais bonita que conheço (o que diz simultaneamente que conheço poucas e que adoro Lisboa), há vários traços cosmopolitas que lhe faltam, e que podiam ser alterados sem qualquer dificuldade ou despesa para o erário público (vejam aqui que estou a falar de um fenómeno raro e por isso meritório de atençao redobrada, a possibilidade de alteraçoes sem qualquer dificuldade ou despesa para o erário público). Uma dessas alteraçoes prementes é o estabelecer, em parte da cidade a escolha, de uma Avenida dos Inválidos.

Esta ideia já me tinha ocorrido em Berlim, se Berlim e Paris tinham uns Inválidos, Lisboa nao podia ficar atrás. Mas, note-se, até os checos já tem uma Invalidovna. Esta é a hipótese de nao nos deixarmos ultrapassar em tudo pelos países de leste.
posted by Rita Dantas @ 14:54 2 comments
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Serviço público

As velas de baunilha do Plus sao geniais. Sao bonitas, duram uma eternidade, e cheiram realmente a baunilha (elas e mais a microsfera onde ardem). Tendo em conta o pulular de velas ranhosas que depois nao cheiram a nada, pareceu-me que era de partilhar isto convosco. Pronto, já está.
posted by Rita Dantas @ 14:44 2 comments
Sexta-feira, Fevereiro 24, 2006
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tao fofinho

O Panda acaba de me alertar para a possível existencia, no meu computador, de software "malicioso".
posted by Rita Dantas @ 14:53 11 comments
Quinta-feira, Fevereiro 23, 2006
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je suis une fille de la campagne



Uma das coisas que me costumava deixar envergonhada nisto de ser uma rapariga do campo exilada, era nao saber o nome das árvores. E nao querendo escrever um post em estilo composiçao da escola primária, eu gosto muito de árvores. E como gosto muito de árvores, gosto muito deste blog, de que ainda nao vos tinha falado.
PS: Na minha viagem de turma a Alemanha, jogávamos um jogo que consistia em ver quem encontrava mais árvores Caspar David Friedrich nos bosques e vales por onde passeávamos. Foi assim que soube logo que imagem procurar (e onde).
posted by Rita Dantas @ 10:29 7 comments
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Finalmente

Todas as pessoas que na Alemanha previram que um dia eu me fartaria da neve sem qualquer sucesso, podem suspirar de alívio. Hoje, quando acordei, oh tao bem disposta, e olhei pela janela para ver as coisinhas brancas do costume a cair, só pensei "Entao pá?". Mas, é preciso frisar que se fosse um nevao decente, com neve gorda a ficar nos telhados, a coisa teria sido diferente.
posted by Rita Dantas @ 10:12 1 comments
Quarta-feira, Fevereiro 22, 2006
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dos dominantes e dos recessivos

Estava a ler a Izzolda, quando me lembrei de vos contar que conhecia um rapaz que conseguia o prodígio inigualável de ser simultaneamente o rapaz mais feio de sempre, com uma margem que deixava a milhas qualquer concorrencia, e o mais burrinho, a quem tínhamos de explicar sempre tudo quatro vezes sem garantia alguma de sermos compreendidos no fim.

Lembro-me dele sempre que penso que, tendo cinquenta por cento de hipóteses de ter as pernas da minha mae, fiquei antes com as do meu pai. É azar, é certo, mas este rapaz, sim, é um verdadeiro azar da genética.
PS: Entretanto, uma boa explicaçao da história dos genes, necessariamente na versao elementar, aqui.
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posted by Rita Dantas @ 10:49 4 comments
Terça-feira, Fevereiro 21, 2006
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Falling in love again

A miúda estava tao bonita, o dia tao bonito, o mundo tao feliz, que um grupo de jovens franceses de saída de um comboio teve de discutir a impossibilidade de ela ser mesmo BB, a francesa mais bonita de sempre em conjunto com uma colega minha. E eu, até falava frances e tudo. Mas nao.
posted by Rita Dantas @ 11:21 4 comments
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Vendo a televisao checa (I)

No filme alemão que me calhou esta manha, um homem e uma mulher vão de mota até ao alto de uma colina, numa cena muito Peggy Sue Got Married. No dia seguinte, a rapariga acorda num monte de erva com ar de quem não sabe o que se passou. Ora se as pessoas normais se lembram de andar assim a ir dormir para cima de montes de erva (provavelmente montes de erva alheios e tudo) e não se lembrarem como foram lá parar no dia seguinte. Se até este momento não soubesse que este era um filme alemao, ali estava entretanto a primeira prova: num montinho de palha ali ao lado estavam todas as roupas da rapariga, dobradinhas.
A rapariga (Sophie) mais o homem voltam para casa e chega um outro tipo, o que leva o homem a esconder-se rapidamente atrás da porta. Conquentão uma galdéria! Esta seria também uma bela ocasião para perceber que o filme era alemão, porque só nos filmes alemães as galdérias têm cabelos curtos (na vida real já não sei). Bem, a coisa não dura muito e rapidamente a Sophie está de novo com o primeiro tipo, desta vez numa cabaninha de jardim, de um verde transparente, rodeada de velas vermelhas. Quem só tivese ligado agora a televisao poderia pensar que estava a ver o Mundo dos Gnomos, pelo que para não enganar os expectadores a Sophie monta-se em cima do tipo. É uma boa desculpa, parece-me a mim, que de contrário já estaria aborrecida, sexo duas vezes em locais semi-públicos antes de terminar o pequeno-almoço é de mais. Estou eu entre o ficar chateada ou não quando a Sophie se vira para o lado e começa a chorar discretamente. Pronto, pronto, pensei eu…Então, meu amor, pensa o gajo…mas rapidamente fica chateado, resmunga algo que deve meter a excelência da performance apresentada, mais o aluguer da cabine dos duendes, mais ainda com alguma probabilidade o outro tipo, e vai beber para um bar. Aqui chegados, deve também dizer-se que é razoavelmente comum os tipos alemães irem beber as suas desilusões para bares onde toca When a man loves a woman. São um pouco parvos.
Segue-se a cena mais brilhante de todo o flme, certamente completamente inédita no panorama cinéfilo internacional: amanhece e encontramos Sophie a arrumar a cabaninha do duende, dobrando-a cuidadosamente, juntando-a num montinho que inclui um cesto de piquenique e, sendo que o filme era alemão, provavelmente também um mini-extintor, não fosse dar-se o caso de as velas pegarem fogo à relva (que ao contrário da anterior, parecia que era deles). Mais, o outro tipo acorda no bar, e a empregada vamp que o deixou lá dormir oferece-lhe um copo de leite fresquinho.

Ai, que saudades tenho da Alemanha…é por isso que quando for a Karlovy Varý, talvez vá também a Bayreuth.
Entretanto, vou ver o que se passa com a Sophie.
posted by Rita Dantas @ 10:16 2 comments
Segunda-feira, Fevereiro 20, 2006
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Regra Geral

Quando uma rapariga num eléctrico na República Checa comenta que precisa é de falar com a mae dela, a mae telefona pouco depois de ela chegar a casa.
posted by Rita Dantas @ 20:09 3 comments
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do fim de semana

(muito brevemente, com promessa de dois posts logo mais tarde, um sobre televisao checa e outro sobre hóquei em patins, que estao guardados lá em casa)

Este jeitoso fim-de-semana começou na sexta a noite, depois de nao ter ido a Karlovy Vary (mas nao por nao ter conseguido), quando me juntei a Iva e as suas amigas checas e fomos dançar a uma discoteca. O ponto alto da noite é ter conhecido uma daquelas raparigas que se pensa que só existem nas agencias matrimoniais baratas. Cabelo preto longo, fato macaco branco justíssimo com um cinto de fivela brilhante ao meio, saltos altíssimos de plástico de igual alvura. Com o que acabei por desmistificar esta rapariga, que entende por "sexy" o que eu entendo por "barato", sem que isso afecte de forma alguma a sua simpatia ou o facto de ser muito boa rapariga. Ainda por cima, a despedida disse que tinha sido um prazer conhecer-me, que eu era muito bonita e que danço muito bem. Ora isto é uma mentira tao descarada, mas tao desinteressada na sua benevolencia, que a rapariga só podia ser um anjo. Facto a que se acrescenta a prova de que vinha vestida de branco e tudo.

Depois da sexta-feira de que este foi o ponto alto, o meu sábado era naturalmente totalmente dedicado a esperar pela Flauta Mágica, que eu adoro, adoro, adoro, e que ver, ver, só tinha visto no filme do Ingmar Bergman, em sueco portanto. Ora aconteceu que há dias me tinham dito que era melhor em Berlim, porque era em alemao, ao que eu respondi, com um ar vagamente sobranceiro, que as óperas eram sempre na versao original com legendas, o que eu evidentemente sei porque já fui a, vejamos, tchiii, quatro.Que isto para as certezas absolutas, já se sabe, nao há como a ignorancia. Vou chamar a este tipo de alardear de presunçoes, afirmaçoes "os-caes-desta-raça-nao-correm-muito-rápido", em homenagem ao meu irmao.
Aqui chegados, já perceberam que cheguei lá cheia de expectativas, a Flauta Mágica, finalmente, oh, como sou feliz, e o príncipe Tamino começa a cantar em checo. Sim, havia legendas, claro, mas quem se lembrou de dizer a estes tipos que se pode andar para aí a dobrar óperas como se fossem telenovelas mexicanas? Durante os primeiros dez minutos os olhos encheram-se-me de lágrimas e só queria ter podido bater em alguém, considerei sair, mas nao tinha mais nada para fazer, e tinha assim como assim pago uma fortuna...fiquei. Fiz bem, porque todos eles, mesmo a Pamina que tem um pouco o papel tradicional princesa branquinha e desinteressante o suficiente, foram fabulosos. Mas nao se pode dizer, de forma alguma, que com isto tenha ficado servida de Flauta Mágica. Mas seja, chego assim como assim brevemente a Alemanha.

Por último, fui finalmente ver o Elba e o Moldava confluir, a Mělnik. Evidentemente, a coisa nao é tao dramática como desejaríamos, mas ainda assim era uma pequena cidade encantadora, num lindo dia de sol, e almoçamos no restaurante do castelo com janela para as vinhas, descendo até ao rio, perdao, aos rios. E tinha chegado a Primavera (como poderao comprovar na fotopage lá para amanha, com o devido desconto para o momento em que fotografei a confluencia e a falsa confluencia dos rios, em que um tapete de nuvens achou por bem encobrir o céu).

E hoje é segunda feira e, como voces sabem, eu gosto de princípios.
posted by Rita Dantas @ 10:05 1 comments
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a primavera de praga

(suponho que este título vos tenha parecido provável desde o início)


Este fim de semana, algures entre a noite de quinta e o anoitecer de domingo, começou a Primavera em Praga. O que nao me surpreendeu nada, porque já sei há muito tempo que a Primavera vem ter connosco por uma espécie de convocaçao, que as estaçoes nascem com os amores.
Hoje, ocorreu-me que talvez fosse demasiado tarde. Mas seja como for, ninguém me tira os fins-de-semana cantando nas ruas. É Fevereiro, e é Primavera. Mesmo que tarde. Mesmo que em vao.
posted by Rita Dantas @ 09:52 1 comments
Sexta-feira, Fevereiro 17, 2006
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on the possibility that everyone might be crazy



Ontem, chegada a casa, comecei a cozinhar as minhas desgraças. Tres supermercados depois, quando desisti da sopa de cebola, decidi que rolo de carne também ficaria maravilhoso com molho SviÄヘková (tinha razao, há mesmo algumas possibilidades de que fosse melhor). Com o que arrumei uma certa irritaçao.

Depois, cortei batatas vermelhas em gomos, com a casca. Pincelei-as com uma mistura de azeite, pimentao doce e óregaos (uma das coisas de que gosto na minha Iva é que tem em casa um moinho de pimenta preta e um pincel de cozinha, duas coisas que sempre me pareceram fundamentais). Cortei um dedo, com o que terei substituído a ira restante por remorsos mais adequados, moí a pimenta, bailei o sal.

Em jeito de aperitivo de leste, vodka gelado, do Sr. Jelínek (ainda prefiro Moskovskaya, mas quando se mora na República Checa o Sr.Jelínek é rapidamente um velho amigo da família). Neste exacto momento, passei a distinguir a pergunta essencial da pergunta acessória. Esta história de estar vivo, da última vez que me lembro de ter verificado, era sobre a beleza, isto é, a beleza e o amor.

Para acompanhar, Kozel preta. Ah, e claro, tomates...espera, diz a minha mae que meninas com nível nao podem andar por aí a dizer que comem tomates, só tomate. Dois tomate, portanto, com azeite, vinagre balsamico, sal e oregaos (tinha uma tia, chamada Rita, que quando era nova bebeu vinagre para emagrecer...de todas as dietas loucas disponíveis, esta tem a minha cara...). Em caso de escassez alimentar, declaro conseguir sobreviver vários dias a morangos, salada de tomate e sumo de laranja.

Consumidas as mágoas, sopramo-las ao vento e ocupamos o espaço assim deixado livre com doce tabaco de maça (brlbrlbb, brlbrlbb, veee...). Outra coisa que gosto na Iva tem de ser mesmo a posse nao só de um cachimbo de água mas também da banda sonora correspondente (a Anouschka?). E foi assim que me fui deitar a pensar em coisas que estavam assim a modos que dependuradas na minha biografia pessoal, mas desta vez com bons olhos, desta vez com um sorriso. Que é onde entra aqui a possibilidade de sermos todos loucos.

posted by Rita Dantas @ 15:04 11 comments
Quinta-feira, Fevereiro 16, 2006
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walking in mělník



Hoje, eu e uma amiga íamos ver a cidade, certamente mágica, onde os rios Moldava e Elba se tornam num só (se ensiamesam, Izzolda, neologismo só para ti). Tínhamos confirmado os horários, tínhamos conseguido orientar-nos na estaçao onde o ingles da senhora das informaçoes consiste apenas em "tickets, office opposite side", estávamos na paragem a ver sair outro autocarro que nao o nosso. O meu checo rudimentar (mas tao orgulhoso de cada pequeno passo) percebeu depois de algum tempo que o nosso, afinal, só aos domingos. Horas de planeamento, despertador pela manha, passeios a chuva pela estaçao...
Rimo-nos. Nao faz mal. Também, estava a chover. Vamos antes no domingo? Bora.

E hoje fica para a história como o dia em que quase fomos a Mělkín. Amanha será, suponho, o dia que ficará para a história como aquele em que quase fui a Karlový Vary.
Veremos. A estaçao dos autocarros é o mais estrangeiro dos sítios estrangeiros.
PS: Sim, eu gosto da Cher. Mesmo. Muito. Crucifixem-me, vá.
posted by Rita Dantas @ 14:42 7 comments
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Carmen



Ontem fui ver a Carmen. A noite começou bem quando descobri que o meu lugar nao era o 11 mas o 13. Uma diferença pequena, nao fosse o facto de o meu treze ficar parcialmente atrás de uma coluna (julgo que as vendedoras de bilhetes nao gostam muito de mim). A coisa nao era muito grave, havia apenas um bocadinho do palco que me ficava escondido, e quando os actores principais se mudavam para a direita bastava-me inclinar para o outro lado (o que deixava as legendas do lado esquerdo, mas tudo bem).
O problema mais grave da Carmen foi a Carmen.Queremos uma Carmen caprichosa, forte e misteriosa, bonita e sensual, mas também um pouco egoísta e manipuladora, uma espécie de Scarlet O'Hara operática com castanholas.
Para tentar mostrar a festa que é Sevilha o encenador colocou vários homens a correr de um lado para o outro, revelando a meio caminho serem travestis, ao tirarem as perucas. A certa altura saem as raparigas da fabriqueta e os soldados cantam, mas onde está a nossa Carmencita, e mais um travesti começa a correr do fundo do palco para o centro. Quando o travesti começou a cantar que o amor é um pássaro rebelde, percebi que aquela mulher musculada de voz boa mas feia e sem qualquer jeito para o frances era a Carmen que me tinha calhado...mas bem, com aquele Don José a coisa também nao era grande desperdício.

Já a Micaëla era muito boa, e algumas das personagens secundárias, nomeadamente duas das ciganas, também. Os coros eram bons e a Carmen tem muitas cenas de grupo, o que salvou a noite. Mas está bom de ver que se há coisa que se suporta mal na Carmen é uma má Carmen...

Por necessária exclusao de partes, estava no entanto mais bem disposta a saída do que a entrada. E, sempre podia dizer de mim para comigo que, por pior que tivesse sido, a coisa nao me tinha custado mais que uma imperial no Bairro Alto.
posted by Rita Dantas @ 14:18 0 comments
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on secretaries

Esta do gabinete lembrou-me as secretárias. Se há coisa na vida que eu gostava de ter, era uma secretária. As empregadas de limpeza nao me dizem nada, já que nao vou a missa posso bem limpar a casa no dimingo de manha, mas uma secretária...
As vezes suspeito que o que mais quero numa secretária é a capacidade de dizer com uma voz credível "a (...) nao está, quer deixar recado?", como a do professor no primeiro conto dos Amores Rísiveis, mas há ainda imensas coisas para as quais uma me dava imenso jeito.

Anotar compromissos, marcar consultas, escrever e-mails importantes. Recusar telefonemas e anotar recados. Comprar bilhetes, fazer perguntas, pagar facturas. Recusar telefonemas e anotar recados. Arquivar papéis, fazer resumos, pesquisar dados. A (...) nao está, quer deixar recado?
posted by Rita Dantas @ 14:11 1 comments
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on valentine's, then (and on universal education)

Dava para escrever um post entre o deprimido e o irritado, e resmungar que depois do campo de batalha de terça feira passada até o Valentim Loureiro me parece mais desejável do que o dia de S.Valentim (que de resto nunca me pareceu nenhuma ideia genial), mas, virando a coisa ao contrário decidi antes contar-vos que o melhor dia dos namorados de sempre foi um que gastei a brincar aos legos, oh doces dias da adolescencia.

Nesse dia inventamos uma cidade que beneficiava de um sistema educativo modelo, totalmente flexível e permeável. As crianças da escola primária podiam ir ter os seus assuntos favoritos ao liceu, os da secundária podiam estudar algumas coisas na universidade e todo o espaço era simultaneamente delimitado e totalmente aberto.

Quando um dia me convidarem para ser Ministra Europeia da Educaçao, que era o cargo político que eu gostava de ter, vou ter imensos legos no meu gabinete.
posted by Rita Dantas @ 14:01 4 comments
Terça-feira, Fevereiro 14, 2006
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novidades da segunda feira

Aconteceu-me por acaso ontem ter uma vaga para o melhor filme dos últimos tempos, uns tempos quase compridos e tudo, quando fui levada por uma amiga a ver Touching the Void, um daqueles filmes que nunca teria ido ver por iniciativa própria e que portanto deixam a pessoa que me levou a ve-lo com um saldo de gratidao positivo pelos próximos vinte anos.

PS: A cultura das pipocas sempre me irritou o suficiente, mas poder levar o copo de vinho do bar para a sala tem outra pinta.
PSS: Para além de copos de vinho, também havia um cao. Aparentemente, já perfeitamente habituado a ir ao cinema.
posted by Rita Dantas @ 17:14 9 comments
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lista de aniversário precoce

A minha mae escreve-me sobre a Primavera, que aparentemente terá chegado a Lisboa, lamentando a minha existencia na Europa Central. Eu respondo que nao, que está um dia lindíssimo, que vim no eléctrico com o sol a descer sobre o rio numa luz dourada que podia ser a de Lisboa.

Bem, nao vos queria estragar o momento, mas a questao do meu sair de casa tardio, em férias, num dia tao bonito, deve estar a intrigar-vos: passei umas tres, quatro horas de volta do fogao a ensiamesar os espinafres, as batatas e as cebolas. Isto está a perder a graça. Nos meus anos, maezinha de mi corázon, quero uma panela de pressao.
posted by Rita Dantas @ 17:09 4 comments
Segunda-feira, Fevereiro 13, 2006
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referencias culturais

Outro dia, como vos contei, fui ver a Tosca. Nao sei se conhecem a Tosca mas ainda no primeiro acto, o pintor canta sobre os seus amores. Em versao resumida, sobre uma que ele ama e é morena, outra que ele admira secretamente e é loira. Nao sei de é que isto vos faz lembrar, mas cá a mim...

PS: Lembrei-me a propósito deste post.
posted by Rita Dantas @ 17:39 6 comments
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Rive Gauche

Este fim de semana, apaixonei-me de vez por Praga, num passeio comprido de Smíchov a Malá Strana, de HradÄヘany ao Josefov. É definitivo: justamente como em Paris, sou uma miúda da margem esquerda.
posted by Rita Dantas @ 10:06 1 comments
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Confissão de boudoir

Existe uma velha discussão, que começou por ser entre mim e a minha madrinha e se tornou também minha e das minhas maiores amigas de Bath, a S. e a L., sobre as vantagens ou desvantagens da circuncisão masculina. Esta discussão trava-se sempre no entanto entre pessoas que só conhecem um dos lados da moeda, com a excepção da S. (que vota contra a circuncisão, by the way).
Isto vem a propósito de que em Praga metade dos tipos que conheço são americanos e, embora o interesse que eles que vão nutrindo por mim não seja grandemente correspondido, às vezes penso que poderiam bem ser o meu passaporte para o lado informado desta discussão. Não é o suficiente para virar o curso dos acontecimentos, claro, mas é uma questão que fica no ar, e que vai ficando.
posted by Rita Dantas @ 09:27 8 comments
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manias
5 manias estranhas, entao, para o par de namoradas com mais pinta da blogoesfera:


- Escrevo só com uma mão. O clube de pessoas a quem isto irrita tremendamente já foi exclusivo, mas é agora uma verdadeira organização de massas. Julgo que a razão porque não consigo escrever com mais de uma mão, tirando ocasionais necessidades extremas que envolvem pressão simultânea em todos os pontos cardeais do teclado, seja o facto de escrever ao computador como escrevo manualmente, com o caderno, isto é, o teclado, na diagonal. Se fosse ambidextra, como a Mente, era uma dactilógrafa impecável (ainda assim sou bastante rápida, juro, contrariamente às expectativas que acabei de vos criar).

- Faço sopa cozendo os ingredientes da base, as cenouras, cebolas e batatas, numa panela separada dos restantes vegetais. Mais que uma mania, é uma contingência, suponho: na minha breve carreira de cozinheira, nunca até hoje dispus de uma panela que me permitisse juntar tudo e cantar água vai, para juntar no fim o sal e a pimenta (o que me lembra que existo sob o axioma de que a vida sem um moinho de pimenta preta é incomportável).

- Guardo os soutiens de desporto na gaveta, ou prateleira, das meias. Não ficam nada bem com o resto da minha roupa interior.

- Faço planos, por vezes com um entusiasmo que é completamente independente da probabilidade da sua concretização, especialmente em dias alegres. Por outro lado, por vezes tenho um qualquer nó na barriga que não me deixa ter um dia alegre e tenho de me sentar a percorrer o dia na cronologia inversa, até descobrir o que é. Quando descubro, tomo uma decisão a esse respeito e fico bem outra vez.

- Mando as crianças chatear o papa quando não me apetece aturá-las, o que lhes deu especial ensejo de gozar com a minha cara naquelas semanas em que não tivemos papa. Lembrei-me disto porque julgo que marca a indubitável ascensão social da nossa família. A expressão, que não inventei com nenhum especial esforço nem tem nada de original, mas me saiu desde sempre tão naturalmente como “bom dia�, virá sem dúvida dos dias da minha infância em que o meu pai me mandava chatear o bispo. Uma questão de upgrade, portanto (bisnetos de rita maria: olha, filha, vai chatear Deus).

Questionário que passo à regressada Loucura , a esta recém-chegada universitária, ao Luís, ao Felipe (como parte de uma das mil provas do concurso público em que participa) e à Rita , porque ela escreve pouco mas quando escreve é uma delícia. Quem quiser revoltar-se deverá dirigir-se à Assumidamente, que é uma querida e que tão gentilmente inquiriu das minhas manias, para levar com informação deste calibre.
Ah, e parece que ainda vos tenho de passar as regras ( "Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.") e de ir azucrinar a vossa caixa de comentários. Aqui vou eu, preparem-se.
posted by Rita Dantas @ 09:26 6 comments
Quinta-feira, Fevereiro 09, 2006
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E se um estranho...




...te oferece uma pretzel na fila do supermercado, e nunca mas nunca usaste Impulse na tua curta existencia, estás em Praga. Pensando bem, num dia tao bonito como o de hoje, tudo pode acontecer.
PS: As pretzel checas sao muito melhores que as alemas, mais salgadas e acima de tudo muito muito mais estaladiças.
posted by Rita Dantas @ 10:31 11 comments
Quarta-feira, Fevereiro 08, 2006
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on slavic style

Tenho querido escrever-vos sobre aqueles gorros russos cheios de pelo, que as mulheres aqui, especialmente as mais velhas, usam com um sentido de estilo impecável.

O meu exemplo favorito é o de uma senhora que tinha um no exacto tom de cinzento do seu cabelo, de forma a que uma franja lhe emoldurava discretamente o rosto saída do chapéu e as pontas se reviravam alegremente debaixo dele, uns dois centímetros alegremente juvenis.

Mas a coisa nao acaba na possibilidade de os combinar com o cabelo, os casacos, a estola ou o tom de pele: estes chapéus penteiam-se. Bem me parecia que esta ideia maravilhosa ainda nao vos tinha ocorrido. Logo, um "hoje trazes risco ao lado" ou "que gira que ficas com esses ganchinhos" (como se fosse verdade) pode passar a "hoje penteaste o chapéu para a esquerda" ou alternativamente "onde vais filha, assim com o chapéu todo em pé?". Magnífico.

O penteado do chapéu pode por sua vez ainda combinar nao só com o da dona, mas também com o alfinete colocado no chapéu, de forma a realçá-lo. Estes chapéus, digo-vos, sao um mundo.
posted by Rita Dantas @ 15:08 5 comments
Segunda-feira, Fevereiro 06, 2006
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Tosca

Sexta-feira, estava aqui muito bem na net, quando descobri que a Tosca estava quase a começar no Teatro Nacional (o edifício glamoroso do entorse lá de baixo). Levantei-me, e fui. Hesitei um pouco entre o bilhete de sete euros e o de dois e meio, fiquei com o de sete, e pronto. Fui a ópera. Magnífica, linda, mágica.
Assim.
De olho no calendário, faltam já menos de duas semanas para a Flauta Mágica, mas talvez também vá a Carmen amanha. Ai, morar em Praga.


PS: Versao Lisboa: num belo dia de sol, Rita Maria descobriu que a próxima temporada do Sao Carlos incluia a Tosca, de Puccini, entre outras quatro ou cinco. Sacrificando a compra de tres pares de sapatos, quatro camisolas e nao comendo durante cinco dias, conseguia a justa poupar dinheiro para pagar o privilégio de se sentar no meio do cheiro a naftalina, proveniente dos casacos de peles que saem a rua tres vezes por ano. Com sorte, ainda dava para um Kit Kat no intervalo. Com tempo para ouvir comentar que, infelizmente, nao há público de ópera em Portugal.
posted by Rita Dantas @ 15:28 5 comments
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um post de cama

No princípio, tive algum frio na cama em Praga. A coisa envolveu a estranha conviçao dos povos do centro da Europa de que eventualmente, depois de uma miúda adormecer, já nao precisa de aquecimento até uma ou duas horas antes de acordar. Esta teoria escapa-me de todo e acabava comigo a acordar com frio, até porque só tinha dois singelíssimos e finíssimos edredons de Verao que juntos quase cobriam a minha king-queen-and-who-ever-wants-to-join-them-still cama.

Entretanto lá reprogramamos o aquecimento e a Iva foi um amor e voltou de casa dos pais com um edredon de penas (sobre técnicas para impedir as penas de fugir para as pontas, outro dia.

Mas o que vos ia contar é que outro dia, em que me pareceu estar a ficar adoentada, decidi encher o cérebro de ficçao barata, um glorioso conjunto de paperbnacks fúteis da Pinguin.
E uma das suas personagens tinha tido a ideia absolutamente brilhante, genial, de dormir por debaixo mas também por cima de edredons. Pelo que ontem refiz a minha cama patchwork e remeti os edredons de Verao para debaixo do lençol de baixo.

E como isso foi quase tao boa ideia como fritar as nozes em mel antes de as lançar a salada, vim logo partilhá-la convosco.
posted by Rita Dantas @ 15:11 3 comments
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Piada do dia

A santidade do casamento, aqui.
posted by Rita Dantas @ 15:08 0 comments
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Sorella

Conversa com a minha irma:
-Entao Vitória, como vai tudo, a vida, os namorados?
Ainda tens aquele namorado chato?
-Nao, nao, já o deixei...
-E já tens um novo?
-Nao, mas vou ter...ora, deixa ver, para aí terça-feira...

O mais lixado é que, muito provavelmente, ela tem razao. O mundo da minha irma é genial.
posted by Rita Dantas @ 08:26 2 comments
Sexta-feira, Fevereiro 03, 2006
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Petit Déjeuner

Lendo o Prague Post I

Está tanto frio em Praga que o Jardim Zoológico passou os pinguins do lago gelado onde costumam estar para um espaço interior.

Lendo o Prague Post II

Um turista num museu ingles tropeçou ao atar os cordoes dos sapatos, destruindo dois vasos chineses da dinastia Ming (esta é evidentemente dedicada ao Tiago)
posted by Rita Dantas @ 12:37 4 comments
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Swiss

Agora que já reservei os bilhetes da minha mae e nao há risco de a promoçao se esfumar face aos milhares de leitores deste blog (claro, isso mesmo), posso contar-vos que a forma mais barata e cómoda de vir de Portugal para Praga é agora a Swiss (os bilhetes para duas pessoas ficaram em pouco mais de 300 euros).
PS: Já de Praga para Brno nunca fui, mas os preços dos comboios sao bastante razoáveis (embora os checos aconselhem ir antes de autocarro, o que é bastante mais rápido). A Ryan Air inaugurou entretanto um voo directamente para Brno, de Londres.
posted by Rita Dantas @ 12:08 2 comments
Quinta-feira, Fevereiro 02, 2006
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Notícia do ano



Para todos aqueles cujo frances já teve melhores dias (como eu) e que as vezes precisavam de um diccionário para decifrar algum ingrediente das receitas da Elvira na Tasca, uma das minhas escrevedoras de blogues favoritas alargou horizontes e, em portugues, partilha receitas aqui, das mais simples as mais complicadas, das que nos rodearam a infancia as mais exóticas. Grazie, Elvira, és um anjo.
posted by Rita Dantas @ 16:28 6 comments
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Lola corre, está bem, mas o que é que eu tenho a ver com isso?

Ontem consegui finalmente ver a minha versao do Lola Rennt (que pecava pelo facto de eu nao ter colunas para ouvir o filme em volume alto o suficiente para ouvir os diálogos nem ouvidos para aguentar esse volume quando os diálogos eram substituídos pela batida repetitiva da banda sonora). Aconteceu-me mesmo por acaso que tinha acabado de abrir uma vaga na lista dos filmes sobre os quais se fez grande alarido mas que nao passam de um exercício estético engraçado e se tornam vagamente aborrecidos.
posted by Rita Dantas @ 14:54 1 comments
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des excuses




Bem sei que esperavam uma sessao de desculpas melhor do que o facto de a Internet ficar em Hibernská, a mais de dez minutos da Rytirská.
Foi por isso que ontem, a falta de melhor, voltei a torcer o pé.
Em jeito de apontamento prévio, eu gastei a minha adolescencia a torcer regularmente o pé direito. Eventualmente, os meus ligamentos ficaram mais fortes e quando o pé saía do lugar voltava sozinho ao sítio, o que me deixava inchada de orgulho. Fazia ploc para um lado, mas ploc para o outro logo a seguir.
O problema quando eu ontem caí ao pé do Teatro Nacional foi que o pé fez ploc ploc ploc, e eu, caída no chao com dores mais fortes do que nos últimos anos, senti que ele tinha feito uns plocs a mais e nao ia voltar ao sítio. Ao que se segue o momento absolutamente heróico em que, o seu belo rosto contraído de dores, Rita Dantas pressiona todos os músculos disponíveis e força o pé a voltar ao sítio. Ploc.

A episódio permitiu uma boa análise da sociedade checa. Por um lado, ofereceram-me imediatamente pomoc (socorro ou ajuda), provando a utilidade da minha primeira palavra checa que aprendi. Por outro, o sistema de saúde checo é altamente eficaz: ainda eu mal tinha acabado de cair, já estava um senhor de uma ambulancia a minha frente (pronto, cada um acredita no que quer, se nao quiserem comprar a história de os checos terem um sistema de pré-aviso de desastres que lhes permite chegar ao local em menos de um nanosegundo, nao acreditem).

Enfim, levantei-me e muito devagarinho, fui andando (que é o conselho suíço, que subscrevo com os meus anos e anos de experiencia). E no dia seguinte, ainda a mancar, vim escrever no blog.
PS: A partir deste post podem observar a ascensao social do fenómeno entorse do pé direito, que agora escolhe a proximidade de edifícios glamorosos como o Narodní Divadlo.
posted by Rita Dantas @ 14:25 7 comments
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Porque isto nao volta ao normal

Estou oficialmente a procura de uma forma de me mudar de armas e bagagens. Seja de moto proprio, como fez a Maria Lua, seja para outro servidor qualquer. Aceitam-se conselhos dos poucos que conseguirem ver este post, caso haja alguns.
posted by Rita Dantas @ 09:28 0 comments
Posts de Janeiro 2006


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novidades do fim-de-semana II

Por acaso, aconteceu-me na sexta de manha ter uma vaga aberta para o pior filme de sempre, e estava ali o Rei Artur mesmo a mao.
posted by Rita Dantas @ 09:56 10 comments
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novidades do fim-de-semana

Parece (nao vamos precipitar-nos), que eu afinal também sofro de ressaca como os outros mortais. Felizmente, tal como o álcool, a ressaca nao me sobe a cabeça (algumas fotografias da nossa festa de Ano Novo Chines aqui).
posted by Rita Dantas @ 09:53 1 comments
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Evelyn Cotton

Ontem, todos os homens da minha vida acharam bem irromper por ela adentro (com uma excepçao), por todos os canais de comunicaçao disponíveis: por carta, por telefone, por mail, messenger, etc. Ri-me, irritei-me e sorri, tudo no mesmo dia. Some timing.

PS:Pois, realmente isto implica que os homens da minha vida nao sejam muitos, e mesmo que o conceito tenha de ser alargado para incluir todos os canais de comunicaçao no jogo das coincidencias...o que se há-de fazer...snif.
posted by Rita Dantas @ 09:48 3 comments
Segunda-feira, Janeiro 23, 2006
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a.c. - d.c.

amor a quadragésima quinta vez

Nao faço ideia nenhuma do que é que eu juntava antes a todos os cozinhados a precisar de mais um legume, ou de como é que eu cozinhava no geral, mas devo dizer-vos que estou completamente banzada com a courgette. É genial, como é a achei tao desinteressante durante tantos anos? Ah, a courgette é magnífica.

Sempre soube que ia descobrir pelo menos um amor para a vida em 2006.
posted by Rita Dantas @ 13:18 16 comments
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Best of Jan Saudek








Até Março, Staroměstské Náměstí, Nr.15.

Eu fui no sábado (adoro este homem).
posted by Rita Dantas @ 12:12 3 comments
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Spam

Um ministro da maioria checa foi forçado a demitir-se por causa de umas complicaçoes menores envolvendo uma viagem ao Ghana as custas de um empresário de cacau e o empréstimo da conta bancária da mae para uma transferenciazinha inocente. Isto nao vos lembra alguma coisa?
posted by Rita Dantas @ 12:09 3 comments
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Zima (o frio)

Ontem, estava a falar do frio com uma das Ivas, quando lhe perguntei que temperatura estava lá fora, debaixo do céu finalmente limpo que tinha passado o dia azul. Ela disse-me que nao tinha a certeza, mas que estavam entre -5 e -10. Isto porque, explicou-me a Iva, quando está mais frio do que isso é fácil percebe-lo, já que, ao inspirar, o nariz demora algum tempo a voltar a forma normal porque as mucosas quase congelam ao contactar uma com a outra. Fascinante.
posted by Rita Dantas @ 12:03 5 comments
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Nem emi- nem imi-

Onde meti eu o meu pedido de atribuiçao de uma cidadania estrangeira? Alema, espanhola, checa, ou mesmo a inglesa que eu tinha reservado para a reforma?
PS: Se apesar de tudo quiserem ler sobre as eleiçoes, a análise de que gostei mais está neste post.
posted by Rita Dantas @ 12:00 0 comments
Sexta-feira, Janeiro 20, 2006
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esta vossa rita maria procura activamente...

Alguém que tenha tratado de bolsas de doutoramento com todas as entidades portuguesas afectas a coisa, especialmente a FCT, e que me possa relatar a experiencia, dar conselhos poderosos sobre como ser bem sucedida no pedido da dita cuja ou conselhos úteis sobre como me começar a mexer já, ou conselhos gerais sobre qualquer outra coisa que nao tendo nada a ver pudesse ser muito útil na mesma.

Encham-me de esperança, ou tirem-ma já.
posted by Rita Dantas @ 14:38 10 comments
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As Checas

ou

Dupont et Dupont




Eu, de vez em quando, faço umas coisas muito inteligentes, nao é para me gabar mas é verdade. Desta vez, o toque de brilhantismo foi vir morar com uma checa, provisoriamente duas, a Iva e a Iva.
A Iva e a Iva sao umas queridas, e nunca se importam de me explicar coisas sobre o checo, os checos e a República Checa. Quer seja explicando a história dos apelidos ou demonstrando a viva voz as vantagem dos espirituosos checos, a saber uma Moravská de Ameixa (que era mesmo boa) e o licor de ervas boémio da foto lá de cima. Até me explicaram como se faziam os knedliky (é giríssimo, no fim têm de ser cortados com uma linha para nao achatarem).

Bem, isto para vos contar que as minhas connections checas se vao firmando, primeiro a medo e depois a Moravská, em conversas pela noite fora que podem ou nao ter incluído desfazer finalmente a árvore de Natal e atirá-la pela janela.
posted by Rita Dantas @ 13:03 3 comments
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Viagens

Preço de viagens de comboio, ida e volta, a partir de Praga:
(conversoes informais)

Bratislava: 514 Kc (17 euros)
Budapest: 1230 Kc (41 euros)
Vienna: 900 Kc (30 euros)

Quando ter feito babysitting já me tiver permitido conhecer todas as crianças estrangeiras de Praga, aguardem-me (têm de ver que há outras despesas associadas a morar aqui, como ir a Ópera a preços de saldo).
Aos meus futuros visitantes por terras eslavas ainda pouco convencidos, é favor considerar este atractivo extra.
posted by Rita Dantas @ 12:46 5 comments
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que sí, que las brujas, ainda las hay

O estimado ex-camarada Ruben de Carvalho, em retrato em primira mao, para todos os que gostavam de acreditar que agora, no PC, é tudo um amor, e se nao fosse o excesso de porco assado, a vida era uma maravilha.
posted by Rita Dantas @ 11:20 0 comments
Quarta-feira, Janeiro 18, 2006
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Pipocas

Quando encontro um blog novo é porque normalmente os do costume já nao escrevem nada há várias horas e estou a desesperar a frente do computador, seguindo os links dos outros em busca de um qualquer blog que me esteja a escapar. Hoje, esta lista salvou-me o dia. A mim já me aconteceram no mínimo 70% das coisas citadas (embora eu nao tenha talento para praguejar, pelo menos na minha língua materna).
posted by Rita Dantas @ 16:43 8 comments
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on the dumplings situation

Knedliky rule


Ontem comi SviÄヘkova na SmetanÄ›, o prato favorito do nosso estimado Vaclav Hável. Estava com imenso medo de odiar os Knedliky, porque abomino por exemplo Kartofellklösse, mas eram fabulosos. Tal como o resto, a carne, o molho, e a cerveja. Agora se vierem, já sei onde levar-vos a comer comida checa, e garanto que é verdade que é genial.
Para ajudar a festa, Praga tinha acabado de se cobrir de neve e tudo estava lindíssimo. De repente, ter vindo morar para a República Checa nao parecia tao disparatado e declinar sete casos pareceu-me nao só humana mas mesmo ritamente possível. Cerveja a mais, eu sei.
posted by Rita Dantas @ 12:10 6 comments
Terça-feira, Janeiro 17, 2006
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Dobře

Um professor checo contou-me hoje que a imprensa checa nao tem falado de outra coisa nos últimos dias que nao de Portugal. Nao é magnífico?
O título mais frequente é "Já estamos a frente de Portugal", ou algo que o valha. Explicou-me que eram parvos, porque se se comparassem por exemplo com a Eslováquia, o que seria muito mais justo, estavam atrás. Certo, registei: estamos já atrás dos checos e muito atrás da Eslováquia. Só nao perçebo porque ainda se alegram por nos passar a frente.
Quando Cristo disse que os últimos sao os primeiros, estava certamente a consolar-nos em antecipaçao.
posted by Rita Dantas @ 17:48 9 comments
Segunda-feira, Janeiro 16, 2006
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Os meses

Em checo os nomes dos meses tem significados. Quem nasce em Janeiro fica com Gelo, quem nasce em Abril com Carvalho, em Maio com Florescer. A maioria sao assim nomes bonitos saídos de um filme asiático. Só tem azar quem nasce em Dezembro, o mes matança dos porcos. Já há azar.
posted by Rita Dantas @ 15:37 10 comments
Sexta-feira, Janeiro 13, 2006
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Nerozumín Äヘesky

Sempre fui da opiniao de que os povos com línguas difíceis devem ser melhores no sexo oral. Os checos, que comunicam entre si num dialecto de tskis-tskas e beneficiam ainda de algumas palavras constituídas apenas por consoantes, em grupos de onze por exemplo, devem ser barra.
PS:Digam lá tski-tska-ch-tski-tska-ch-tski...
posted by Rita Dantas @ 15:43 11 comments
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Praha (primeiras impressoes)

O bom e o bonito

O meu apartamento é fantástico. Lindo. No meu quarto gigante os meus passos ecoam e o sol bate toda a manha. Na minha casa de banho, nos dias em que nao há baile, podemos organizar uma orgia na gigantesca banheira triangular. E a cozinha é linda e maravilhosa. Durante os fins-de-semana, sou a única moradora (nao sei se hei-de por isto no bom e no bonito ou na cantiga do ladrao de um olho só, mas seja).

O centro da cidade é mesmo extremoso e se tirasse uma fotografia a cada prédio que acho fantástico podia nao sair da mesma rua a tarde toda. O frio nao me apoquenta por aí além, até fica bem no ambiente. Perto de minha casa posso correr ao longo do rio e o supermercado fica na esquina.

O terrível e desgraçado

Os checos nao falam língua nenhuma, e comunicam entre eles numa língua que nao tem semelhanças com nenhuma outra e que se declina alegremente ao longo de sete (sete!!!!!) casos. A nao ser que nao tenham outra hipótese ou nos conheçam ou sejam um dos 5% absolutamente excepcionais da populaçao, é um manifesto exagero achá-los simpáticos (já esta frase nao é uma hipérbole mas um eufemismo, o correcto é um bocadinho mais desagradável mas, também, nao vale dize-lo já).
Absolutamente tudo é difícil numa terra cuja língua nao se fala (mas onde, onde estava eu com a cabeça?). Nao tenho net nem telefone fixo no meu palacete e estou um pouquinho perdida.
posted by Rita Dantas @ 14:24 12 comments
Terça-feira, Janeiro 10, 2006
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Aldina Duarte (II)

Armada de uns cheques Fnac para gastar, e depois de investigar a Putumayo, pensei que era mesmo altura era de levar a Aldina Duarte para Praga comigo. Estava eu à procura na secção de fados, nada. Vou ver destaques, nada. Será possível que a Fnac não tenha a Aldina Duarte?

Levantei os olhos, afinal tinha. Era ela, estava mesmo ali à minha frente, de carne e osso.
Fiquei esgazeada, e não tive, mais uma vez, coragem para lhe dizer nada. Mas foi mágico, não foi?
posted by Rita Dantas @ 00:16 7 comments
Segunda-feira, Janeiro 09, 2006
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josé rodrigues dos santos

Confesso desde já que não li a obra literária de José Rodrigues dos Santos, com a excepção deste excerto que descobri via Afrodite e que vos recomendo vivamente. É um maravilhoso pedaço de literatura.

Tenho de confessar que o excerto até não me espantou muito, com excepção do detalhe gastronómico, verdadeiramente original. Deve ser um detalhe sueco, fruto de aturada pesquisa.

É que, não tendo lido nenhum dos seus livros, tive o senhor como professor o que, independentemente das calamidades que ele escreva (e parece que escreve), é muito pior.
José Rodrigues dosSantos é daqueles professores que começa logo por dizer que não dá mais de 14, o que equivale, especialmente numa aula de teor prático, a dizer "eu não tenho competência para vos ensinar mais que 14", o que me irrita desde logo. Ainda por cima só dava entre 10 e 13.
É possível que naquele ano a competência do senhor só tenha chegado para 13. Quem diz competência, diz assiduidade, que José Rodrigues dos Santos também é daqueles professores que gosta de faltar a aulas sem avisar (acredito que lhe dá especial gozo às sextas de manhã, então se a aula for cedíssimo...).
A certa altura, desisti de ir às aulas eu também (no entanto, e é preciso dizê-lo, a minha assiduidade também não era brilhante, mesmo com bons professores, excepção feita para os muito muito bons), mas não indo às aulas posso garantir que numa série de aulas sobre jornalismo radiofónico e televisivo fui a todas que poderiam ter alguma utilidade prática (duas) e também à única sobre jornalismo radiofónico. O que implica que tenha ido a pelo menos igual quantidade de manhãs de sexta feira desperdiçadas, a maioria no café porque o professor faltou.
Já quando precisávamos mesmo de falar com ele, a funcionária encolhia timidamente os ombros como quem não podia fazer nada e sugeria: "A menina podia era ir à RTP, é aqui ao lado, a menina explicava a situação e se calhar ele recebia-a". Magnífico.

Eu cá mereci o meu onze, efectivamente não sabia (e não sei, nem quero) escrever notícias para televisão. E José Rodrigues dos Santos merece que se explique que o duplo salário que ganha à revelia da lei, é por ser este professor magnífico.
Que bom que era que tudo o que ele fizesse de mau fosse andar por aí a escrever poesia barata de arrepiar os cabelos à Maria de Lourdes Modesto.
posted by Rita Dantas @ 23:51 11 comments
Sexta-feira, Janeiro 06, 2006
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condiderações optimistas

G6F43kX

Sem Word Verification, já não tenho um comentário Spam há vários meses. Devem ter percebido que não servia de nada e desistido. Acho que acabou. Tirem lá a word verification, que isto dos comentários com spam já está a dar as últimas....
posted by Rita Dantas @ 12:39 5 comments
Quinta-feira, Janeiro 05, 2006
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a lei de rita no seu melhor

Escrevia eu hoje de manhã a uma amiga que dava tudo por mais quatro diazinhos em Portugal. À tarde, cancelaram o meu voo: só vou terça feira. Um, dois, três, quatro.
posted by Rita Dantas @ 18:17 9 comments
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Pomoc!
(primeiro post em preparação da partida para Praga)

Estou de partida para Praga. A viagem vai ser de susto, principalmente a parte magnífica em quetenho apenas catorze horas para conhecer todo o aeroporto de Gatwick. Bem sei que já lá estive anteriormente, mas catorze horas é manifestamente insuficiente. Ainda por cima sozinha, toda a gente sabe que odeio visitar lugares importantes sozinha.
Com tão pouco tempo, não sei como vou arranjar ainda tempo para decorar outras frases em checo que não Pomoc (socorro), mas também não há-de ser nada: tenho a certeza de que mesmo que decore as três páginas de frases úteis do guia da American Express não aprenderei a dizer "Por favor, leve-me para este endereço, sem passar por Budapeste, e pelo dinheiro que cobraria a um checo, não por um balúrdio digno de turista idiota".
Ler a biografia do Mao, então, está completamente fora de questão.

Outro problema grave com que me deparei entretanto foi o pouco peso da minha mala, sendo que só posso levar uma. Eu tenho direito a levar vinte e na mala só estão quinze. Era mesmo o que me faltava.Toca de arranjar coisas pesadas para encher a mala, era só o que me faltava fazer favores aos senhores, como se eles fossem uns queridos ou algo que o valesse.

Por outro lado, falta-me também ainda um caixote onde caibam todos os extras que não cabem nem na mala nem na mirabolante bagagem de mão sob a qual vou sucumbir, incluindo a cama insuflável que levei para Bath eque levo em previsão das incontáveis visitas (os hesitantes podem ler este post daEsdruxulina para ver se ficam convencidos).

Enfim, esta preparação não está famosa, por enquanto. Estou menos contente do que devia, em parte pela ansiedade de ir morar para um país cuja língua não falo, em parte porque não passei tempo suficiente em casa para compensar as ausências. O que implica ter de poupar dinheiro para vir em Abril.

Ora, tretas. Bem, vou queimar estes humores almoçando com as miúdas.
PS: Se tiver tempo, o que duvido, chateio-vos mais de Gatwick.
posted by Rita Dantas @ 11:57 5 comments
Terça-feira, Janeiro 03, 2006
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Piada do dia

Gostei muito desta anedota de loiras, é de génio. Temos de contar à Elvira.
posted by Rita Dantas @ 19:05 3 comments
Segunda-feira, Janeiro 02, 2006
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Lisbonne

PS: Outros detalhes que vou colhendo entre diversas burocracias, aqui .
posted by Rita Dantas @ 21:25 5 comments
Dezembro 2005



Sabem quando a armaçao de um soutien sai da costura e nos espeta a pele com metal? E sabem como depois por mais que tentemos devolvê-las ao lugar à força de agulha e linha elas voltam sempre a furar, e uma rapariga não sabe se venceram os nossos esforçados pontos ou se renasceram num ponto fraco mesmo ao lado?

Pois é. Com agulha não vai lá, mas com super-cola sim. Põe-se a armação no sítio, e cola-se a área toda por dentro.

É para não dizerem que neste blog não se aprende nada de útil.
posted by Rita Dantas @ 10:30 12 comments
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allons voire la neige

Ontem saímos de casa para ir ver a neve. É preciso começar por dizer que já íamos atrasados, que a neve acaba pontualmente às oito e já eram vinte para as oito. Mas felizmente quando chegamos, depois de procurar durante algum tempo, sempre encontramos um lugar para estacionar (estacionar na zona da neve, como sabem, é muito difícil) e ainda estava a nevar.
As crianças brincavam enquanto mães com ar de quem tem um baby-blog lhes tiravam fotografias com um sorriso de quem tem um post pronto (sorriso que eu partilhava, pois claro).Um senhor passava pela neve, fazendo má-cara a ter de abrir o guarda-chuva naquela parte da praça. Um vendedor de castanhas tentava aproveitar a oportunidade e um indiano vendia apitos luminosos por entre a neve, que caía a um ritmo que vi raras vezes e da qual as crianças tentavam sem qualquer sucesso fazer bolas.
O marquês sorria com bonomia por entre os flocos que lhe chegavam e, pouco antes de nos virmos embora tentando explicar aos putos que a neve não é bem assim, e muito menos cai das seis às oito num canto do Marquês de Pombal, estava a chegar um autocarro cheio de excursionistas, também eles um pouco atrasados.


PS: Descrições mais divertidas aqui e aqui (sobre o dia em que a neve foi cancelada por motivos técnicos). Ainda hei-de descobrir os baby-blogs respectivos, vão ver. Nem que tenha de ir fazer um.
posted by Rita Dantas @ 10:21 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 29, 2005
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Brincamos ou colamos cartazes?

Fui à loja do cidadão tratar do meu cartão europeu de saúde. Foram todos rápidos, simpáticos e competentes. Serão uma excepção, mas já começa a ser altura de olharmos para a nossa burocracia com olhos de ver.
Certo, funciona mal o suficiente para que eu me espante quando funciona bem (é portanto pior que a inglesa), mas também tem os seus momentos áureos de descomplicação e eficácia. É portanto bastante melhor que a alemã.
posted by Rita Dantas @ 18:32 4 comments
Quarta-feira, Dezembro 28, 2005
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Citação do dia

"Manuel Alegre teve uma oportunidade única, e desperdiçou-a várias vezes"

Ferra, ao almoço
posted by Rita Dantas @ 19:34 3 comments
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2005, em jeito de balanço, filosófico e tudo

2005 foi um ano ranhoso. Às excepções, poucas, e às pessoas que as motivaram, obrigada. Comerei uma passa por vocês. Dá-me jeito comer passas retroactivas referentes às coisas boas do ano passado, já que não gosto por aí além de uvas passas e não me apetece listar desejos em menos de 5 segundos, número fixo de doze, e nem sequer há aqui um banco nem nada.
posted by Rita Dantas @ 19:27 2 comments
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Natal, post em jeito de ressaca

A mim, este ano, tiraram-me o Natal, substituindo-o por uma quantidade de sentimentos pouco recomendáveis e ainda menos natalícios (lembram-se da paz lá de baixo? Pois.). Desdramatizemos, chers amis, que para o ano há mais. Mais e diferente.
Mas esta minha cantiga, a dos meus Natais felizes em Ponte de Lima, é claramente uma ilusão mantida a ferros. O que lhe vale é que, em vez de projectá-la num passado que a desmente mais do que a confirma, posso arrumá-la no futuro e vesti-la de projecto.
posted by Rita Dantas @ 11:09 1 comments
Sexta-feira, Dezembro 23, 2005
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La Presse

Saudades de Portugal, 1
posted by Rita Dantas @ 23:47 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 22, 2005
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Life is hard

And a party.
(Nicolai's sister)

...party hard?
posted by Rita Dantas @ 23:35 2 comments
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Cousas

Ele há cousas, nomeadamente conversas boas ao telefone, que deixam uma miúda confusa,que é verdade, vocês não sabem mas eu sei. E ele há alturas da vida em que não se podem cometer erros, assuntos, caminhos e pessoas intocáveis, a não ser que o caminho seja um porque não pode, mesmo e em toda a consciência, ser outro. O lixado é também que, decida-se quando se decidir, no Natal não pode ser. Aprendi sabe-se lá quando que não se devem tomar grandes decisões em fases deprimidas. Parece que as fases mais eufóricas também não servem. Assim como estou, só dá para adiantar que estou confusa. O que, por pior que seja, de alguma maneira, é melhor que nada.
posted by Rita Dantas @ 00:29 6 comments
Quarta-feira, Dezembro 21, 2005
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Ulisses (atan aqui vai)

I. O senhorio

Chegadas de Dublin, eu e a Lisa (já chega de L's) estávamos à espera de encontrar o senhorio, que viria finalmente cumprir a sua promessa de nos trazer as contas e proceder ou ao reembolso do depósito de acordo com estimativas, ou ao recolher dos detalhes necessários a reembolsar-nos posteriormente (como, ninguém sabe, já que ele nos achava muito presunçosas por querermos que ele fizesse uma transferência).

Ele não estava, jantamos uma magnífica pasta all'tutti qui si truova nell frigo (hum, estava mesmo boa) e ele ligou. Que vinha. Fi-lo prometer que antes de vir ligava para nos dar já uma estimativa das contas que, de acordo com o próprio, estavam mesmo ali à sua frente.Ligou, mas foi a Lisa que atendeu e não lhe contou nada disso. Pois claro. Mandou-nos estar acordadas por volta das três (!!!!). Estávamos. Às cinco, ligamos. Que demorava só um segundo. Meia hora depois chega, comentando que decidiu seguir a estimativa da Lisa, que contas não há nem nunca houve, que ainda não chegaram, como é que ainda não tínhamos percebido isso,, e exigindo saber o nome de todas as pessoas com quem falamos acerca do processo, obrigando-nos inclusive a escrever uma carta à secretária do departamento, missivazinha ridícula em papel pautado (nota para self: escrever à amorosa senhora a avisá-la). Continua sempre num tom muitíssimo mal educado a roçar o ofensivamente agressivo, conta com um sorriso como o nosso contrato não tem valor legal, explico-lhe com um sorriso que não foi o que achou o advogado, pelo que volta ao seu ar de virgem ofendida de quem acha indecente que nos tenhamos mexido para não ficar sem nada.
Segue-nos por todo o processo de fazer as malas e decido sair logo com a Lisa, cujo autocarro é às 6 e pouco. Táxi, aqui vamos nós. Odiar o senhorio é a emoção número um. Estou a fazer um pequeno site para as pessoas que, quase a arrendar, tiveram a brilhante ideia de googlar o senhor.

II.A viagem

Chegada à estação, partida a minha Lisa por entre lágrimas escondidas, resta aguentar o frio de rachar até às oito, hora a que abre o guichet onde se pode deixar a bagagem. Frio de rachar, muito, não dá para ler, as quinhentas malas não dão para sair muito do lugar, socorro. Finalmente o guichet abre (depois de o relógio ter mostrado as mesmas oito em ponto por uns quinhentos minutos, argh, relógios, não percebem nada). Deixei as malas e fui comprar o meu Londres-Stansted. Com um ar cândido a senhora explica-me que a ligação não vai funcionar, que os 40 minutos que tenho em Londres não chegam para me mudar de um autocarro para o imediatamente ao lado, que há não sei o quê na M não sei quantos. Bilhetes para Londres mais cedo do que o meu, também não há. Solução única, minha, que ela não via nenhuma, desistir do bilhete de autocarro, comprar um de comboio para Londres. Muito mais leve (menos 3 malas e quarenta libras), fiz um tour expresso de Bath, incluindo a visita mais rápida aos banhos romanos de sempre, mais uma compra de Natal e um caminho penoso com as malas para a estação dos comboios (eu apanhava um táxi, mas é do outro lado da rua...). Finalmente, comboio. Uma hora e pouco depois, Londres. Táxi para Victoria Coach, conversa taxística típica, os portugueses mais as sardinhas. Autocarro para Standsted, se tudo correr bem, estou no aeroporto duas horas e quarenta minutos antes do embarque. Não corre. Depois de uma delirante passeata por Londres durante a qual o motorista recolhe ou ignora passageiros de acordo com a sua disposição e de um fascinante tour dos subúrbios que me fez levar a sério pela primeira vez as pessoas que dizem coisas como "sim, mas na parte bonita do Cacém", chegamos a uma magnífica fila, que nos atrasou quarenta minutos. Anche assim, estava finalmente no aeroporto e, depois de uns 20 minutos numa das duas filas para Girona, mudei-me finalmente para o do lado, a quilométrica fila única para o Porto. Depois de chegar ao check in, mandaram-me evidentemente pagar a bagagem em excesso, com as malas todas atrás, e voltar. Incrível, não perdoavam nem um quilito (quanto mais treze, claro). Depois de outra fila gigante, restáva-me correr para a segurança, onde revistaram a minha mala com uma amorosidade inglesa sem par (não estou a ser irónica, há formas de revistar uma mala que podem parecer uma tranquila e amável pausa para o chá). Ora depois de me esquivar à fila para embarcar entrando por último, e de inventar lugares no avião para toda a minha bagagem de mão, sentei-me ao lado de dois castiços imigrantes. Com o que passo à terceira parte da minha odisseia, dezasseis horas depois de acordar.

III.O voo

Os castiços eram mesmo castiços. Começamos com uma conversa cheia de lugares comuns, trocamos receitas, ideias, informações sobre as respectivas terras edesterras, tudo num português muito muito de Portugal. Como estavam muito agradecidos por ter traduzido uma conversa com a hospedeira, passei a tradutora de serviço, o que não impedou diálogos fascinantes como "queres vir comigo para as caraíbas?", "yes, yes, sir, in just a moment". Coitadas delas, um dos senhores já tinha bebido um bocadinho de vinho a mais. Deve ser por isso que quando voltou da casa de banho, apresentou a Ritinha, mulher do Minho (a conversa da mulher do Minho vem do peso da minha bagagem de mão, e da minha explicação de que nós, as mulheres do Minho, não somos exactamente delicadas florzinhas de estufa) a todo o avião, recomendando-me a diversos rapazes, todos certamente muito jeitosos, exigindo palmas e tudo, sentando-se finalmente depois. Mesmo à filme, emigrante da primeira geração meets comédia romântica americana.
E depois, muitos desejos de felicidades e bom Natal à mistura, cheguei a casa. E agoro estou no Porto e está sol, desejo de Natal número um.
posted by Rita Dantas @ 11:53 6 comments
Terça-feira, Dezembro 20, 2005
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Ah!

E Feliz Natal para vocês todos, beijinhos grandes, etc. A sério. Espero ainda ter tempo de vir cá escrever isto outra vez, numa disposiçãp mais consonante!
posted by Rita Dantas @ 09:22 9 comments
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Adoro o Natal, adoro o Natal, adoro o Natal.

Adoro o Natal, adoro o Natal, adoro o Natal.
posted by Rita Dantas @ 09:22 1 comments
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Adoro, adoro o Natal

Mas odeio com todas as minhas forças o dia de hoje, o senhorio, a National Express, os comboios, tudo e todos, especialmente aquela balofa pouco inteligente que me explicou com uns olhos cândidos que hoje todos os autocarros vão chegar atrasados, logo é melhor mudar todos os meus bilhetes e gastar uma dinheirama desgraçada. Escusado será dizer que daqui a muito pouco tempo estarei também a odiar a Ryanair por me cobrar tanto de bagagem em excesso como do voo. É natal daqui a quatro dias, Rita, Natal daqui a 4 dias. Keep focused.
PS:Sorte dos familiares já com prenda, é o que vos digo.
posted by Rita Dantas @ 09:17 1 comments
Sexta-feira, Dezembro 16, 2005
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Para o raio com o horóscopo (I)

(Confissões em dia de último essay)

This would be a good day to stay home and putter about the house, dear Aries. It is not a good day to travel or to begin any major projects. This could be just the excuse you have needed for taking a day off from your life! You need not answer the phone or fulfill any obligations whatsoever. Simply stay put and tackle some minor household chores. If even that is too much, then curl up with a cup of tea and a good book.
PS: In case you have to finish an essay, party with teachers and fellow students, do some major household tasks, perhaps fight your stupid landlord over deposit money, pack for Dublin and wake up at 4 am tomorrow, just ignore this.
posted by Rita Dantas @ 09:45 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 15, 2005
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Nunca como hoje

...quis tanto que leitores desavindos em horário pós-laboral viessem ao blog. É para vos dizer, só a vocês, que a lua só estará denovo tão brilhante como hoje daqui a dezoito anos e meio, disse-me um velhote na Great Pulteney Street.
posted by Rita Dantas @ 16:45 5 comments
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Querido Pai Natal,

É só para te avisar que já sou uma miúda de 5.0 pixéis. Como por causa disso vou ter de prescindir de outros disparates como malas lindas mas dispensáveis, roupa interior nova ou sapatos de salto incompatíveis com o frio, estás mesmo a ver ao que vem esta adenda à minha carta anterior.

Para além disso, aqui ficam os meus outros desejos para as férias (e não me venhas dizer que isso não é da tua competência. Lembra-te que o Guterres introduziu a polivalência, e que estás sob a permanente concorrência do Menino Jesus):

- um dia de sol de Inverno em Lisboa.Para gozar entre chiadices.
- um dia de sol de Inverno no Porto (ver 5.0).
- conversas de miúdas com o Tejo em fundo.
- um natal cheio de amor e paz (é sério, especialmente a parte da paz, que do amor a malta trata sempre. Se tenho uma 5.0, quero fotografar o meu avô Necas feliz, não a observar as suas filhas desavindas).
- poucas complicações burocráticas (sim, porque já sei que não me tratas da ADSE)
- que o tempo se desdobre.
- pelo menos um almoço na DGCI, com a Etelvina, o Zé Marques, o Manzas, etc(incluir no etc mais pessoas que não façam dieta para além do doce da Etelvina.Irra.)
- vinho e conversas cheias.

Eu farei a minha parte, mas vê tu também o que poes fazer.
Antecipadamente grata pela atenção concedida,

Eu (a chata do costume)
posted by Rita Dantas @ 16:35 5 comments
Quarta-feira, Dezembro 14, 2005
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Obrigada!

São uns amores.
posted by Rita Dantas @ 09:37 1 comments
Terça-feira, Dezembro 13, 2005
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Inquérito sociológico

- O que vos parece o Euronews?
- Costuma ver esse canal, e se sim, porquê?
- Parece-vos que possa contribuir para a formação/manutenção/construção de uma qualquer identidade europeia?
- Existe uma identidade europeia? Vai existir? O que ajuda e o que não?

PS: Estou a falar a sério. Mas não preciso nem quero respostas académicas, o que precisava mesmo era da opinião imediata de quem não está imerso em artigos sobre o assunto, a primeira frase, primeira reacção, primeira resposta.
posted by Rita Dantas @ 12:23 16 comments
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Piada do dia



Aqui, via o meu fratellico, lembrando os geniais momentos que costumamos gastar à porta da Foto Beleza a admirar o bom gosto que, cada vez mais, caracteriza as fotos de casamentos (e a originalidade, céus!).

Eis algumas tendências actuais que gostava de partilhar convosco:

- Os rosas e pastéis dos anos 80 deram lugar aos vermelhos e bordeaux no toque romântico.

- Como as cores, as noivas também espicaçaram. Se dantes o objectivo era estar bonita e feliz, agora sexy é o mínimo. Com um entendimento desta sensualidade que não passa do básico, óbvio e barato, uma cara entre o delico-doce e o excitado, "come-me agora, por favor", mas com alguma agressividade, um toque de "há três semanas que estou à espera da Netcabo, paguei, já cá vieram duas vezes e continuo sem net". As poses correspondem, claro.

- Por outro lado, a par desta sexualidade recém-assumida, a fronteira entre o romântico e o piroso desapareceu de vez. Não há nada de absurdo em sair do casamento, mandar os convidados almoçar, e ir correr para a praia ao por do sol com o novo mais que tudo, que romântico, e mais um cameramen, um fotógrafo e um ajudante, sempre a segurar aquela redondela prateada. Snif. E se numa das vossas fotos de casamento se riem debaixo de um guarda-chuva cor de rosa para se protegerem de uma chuva de pétalas de flores, não vale culpar as alterações climáticas.

(lista em construção)
posted by Rita Dantas @ 09:45 2 comments
Segunda-feira, Dezembro 12, 2005
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Dia da grande apresentação:

- Vir gira (V)
- Saber do que estou a falar (V)
- Gostar muito do que estou a falar (V)
- Ter os pontos mais importantes numas folhinhas como as dos apresentadores de televisão (V)
- Apanhar as pessoas certas (V)

Podem rezar, mas espero que não tenham de rezar muito.
Ok, podiam ter rezado só mais um bocadinho.
posted by Rita Dantas @ 12:41 6 comments
Domingo, Dezembro 11, 2005
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Bradford on Avon







Este fim de semana fomos descobrir as Cotswolds, que é como quem diz, visitar uma terrinha aqui ao lado, Bradford on Avon. Foi absolutamente delicioso, com o gentil contributo de um dia de Inverno lindo e azul. Uma igreja saxónica, veredas que se jurariam no Minho, casas inglesíssimas, uma vista fabulosa e meia dúzia daqueles britânicos demasiado simpáticos para ser verdade. Tudo terminou com scones, doce e clotted cream (eu escrevia natas, mas não era nada a mesma coisa), num salão de chá a desafiar qualquer talento descritivo. As fotos, cortesia da L., chegam brevemente ao sítio do costume.
posted by Rita Dantas @ 14:42 4 comments
Sexta-feira, Dezembro 09, 2005
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Planos para o fim de semana? (II)

Ah, sim, o próximo fim-de-semana vou a Dublin. Rapidinho, vou num pé e venho noutro.

PS:Deixem lá a inveja e venham de lá as sugestões.
posted by Rita Dantas @ 13:50 6 comments
Quinta-feira, Dezembro 08, 2005
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Coisas essas sim importantes

Mas afinal a telenovela da luta de classes acabou ou não? Chega de informação contraditória!E quem é que matou o António? E quem é que dá um tiro na idiota da enfermeira das saias?
posted by Rita Dantas @ 10:48 0 comments
Segunda-feira, Dezembro 05, 2005
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Presidenciais

Cavaco Silva: Mas está tudo desmemoriado, ou quê?

Mário Soares: Mas ele não está já desmemoriado?

Jerónimo de Sousa: Não era capaz, sei demais.

Louçã: O homem que o partido ainda não tinha escolhido? Sou tão exigente com a democracia interna de uns como com a de outros.

Alegre: Podia ser um mal menor, mas o senhor escreve uns poemazinhos tão maus...(e fugir ao orçamento não foi bonito, nem inteligente, nem corajoso, nem nada).
De resto, portuguesinha de todo, nestas eleições estou desapaixonada, como o Lutz.
posted by Rita Dantas @ 15:17 8 comments
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merci, ma tante, merci, mon oncle

Quentinho da família, passeios e até presentes, o Natal antecipado veio até Bath. O programa de festejos incluiu ainda um dia de sol (hurray, estava a ver que não!), Salisbury e aquele raquítico e minúsculo círculo de pedras de que não se pode chegar perto, esperam um bocadinho, a ver se me lembro, ah, Stonehenge(gezinho). Ah, e muita comida, regada a conversa boa. E vinho português (hum, vinho português...).

A família tem destas coisas, suponho. E quando ouço falar das desgraças familiares dos outros, sorrio com um ar compreensivo mas com o calor dos que sabem que têm um porto de abrigo, uma chama que nunca se apaga, etc. (notem o etc.para cortar isto antes que ficasse demasiado piroso e eu começasse a chorar lágrimas baratas).
posted by Rita Dantas @ 10:33 5 comments



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Para não dizerem que neste blog não se aprende nada de útil (III)

Sabem quando a armação de um soutien sai da costura e nos espeta a pele com metal? E sabem como depois por mais que tentemos devolvê-las ao lugar à força de agulha e linha elas voltam sempre a furar, e uma rapariga não sabe se venceram os nossos esforçados pontos ou se renasceram num ponto fraco mesmo ao lado?

Pois é. Com agulha não vai lá, mas com super-cola sim. Põe-se a armação no sítio, e cola-se a área toda por dentro.

É para não dizerem que neste blog não se aprende nada de útil.
posted by Rita Dantas @ 10:30 12 comments
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allons voire la neige

Ontem saímos de casa para ir ver a neve. É preciso começar por dizer que já íamos atrasados, que a neve acaba pontualmente às oito e já eram vinte para as oito. Mas felizmente quando chegamos, depois de procurar durante algum tempo, sempre encontramos um lugar para estacionar (estacionar na zona da neve, como sabem, é muito difícil) e ainda estava a nevar.
As crianças brincavam enquanto mães com ar de quem tem um baby-blog lhes tiravam fotografias com um sorriso de quem tem um post pronto (sorriso que eu partilhava, pois claro).Um senhor passava pela neve, fazendo má-cara a ter de abrir o guarda-chuva naquela parte da praça. Um vendedor de castanhas tentava aproveitar a oportunidade e um indiano vendia apitos luminosos por entre a neve, que caía a um ritmo que vi raras vezes e da qual as crianças tentavam sem qualquer sucesso fazer bolas.
O marquês sorria com bonomia por entre os flocos que lhe chegavam e, pouco antes de nos virmos embora tentando explicar aos putos que a neve não é bem assim, e muito menos cai das seis às oito num canto do Marquês de Pombal, estava a chegar um autocarro cheio de excursionistas, também eles um pouco atrasados.


PS: Descrições mais divertidas aqui e aqui (sobre o dia em que a neve foi cancelada por motivos técnicos). Ainda hei-de descobrir os baby-blogs respectivos, vão ver. Nem que tenha de ir fazer um.
posted by Rita Dantas @ 10:21 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 29, 2005
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Brincamos ou colamos cartazes?

Fui à loja do cidadão tratar do meu cartão europeu de saúde. Foram todos rápidos, simpáticos e competentes. Serão uma excepção, mas já começa a ser altura de olharmos para a nossa burocracia com olhos de ver.
Certo, funciona mal o suficiente para que eu me espante quando funciona bem (é portanto pior que a inglesa), mas também tem os seus momentos áureos de descomplicação e eficácia. É portanto bastante melhor que a alemã.
posted by Rita Dantas @ 18:32 4 comments
Quarta-feira, Dezembro 28, 2005
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Citação do dia

"Manuel Alegre teve uma oportunidade única, e desperdiçou-a várias vezes"

Ferra, ao almoço
posted by Rita Dantas @ 19:34 3 comments
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2005, em jeito de balanço, filosófico e tudo

2005 foi um ano ranhoso. Às excepções, poucas, e às pessoas que as motivaram, obrigada. Comerei uma passa por vocês. Dá-me jeito comer passas retroactivas referentes às coisas boas do ano passado, já que não gosto por aí além de uvas passas e não me apetece listar desejos em menos de 5 segundos, número fixo de doze, e nem sequer há aqui um banco nem nada.
posted by Rita Dantas @ 19:27 2 comments
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Natal, post em jeito de ressaca

A mim, este ano, tiraram-me o Natal, substituindo-o por uma quantidade de sentimentos pouco recomendáveis e ainda menos natalícios (lembram-se da paz lá de baixo? Pois.). Desdramatizemos, chers amis, que para o ano há mais. Mais e diferente.
Mas esta minha cantiga, a dos meus Natais felizes em Ponte de Lima, é claramente uma ilusão mantida a ferros. O que lhe vale é que, em vez de projectá-la num passado que a desmente mais do que a confirma, posso arrumá-la no futuro e vesti-la de projecto.
posted by Rita Dantas @ 11:09 1 comments
Sexta-feira, Dezembro 23, 2005
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La Presse

Saudades de Portugal, 1
posted by Rita Dantas @ 23:47 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 22, 2005
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Life is hard

And a party.
(Nicolai's sister)

...party hard?
posted by Rita Dantas @ 23:35 2 comments
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Cousas

Ele há cousas, nomeadamente conversas boas ao telefone, que deixam uma miúda confusa,que é verdade, vocês não sabem mas eu sei. E ele há alturas da vida em que não se podem cometer erros, assuntos, caminhos e pessoas intocáveis, a não ser que o caminho seja um porque não pode, mesmo e em toda a consciência, ser outro. O lixado é também que, decida-se quando se decidir, no Natal não pode ser. Aprendi sabe-se lá quando que não se devem tomar grandes decisões em fases deprimidas. Parece que as fases mais eufóricas também não servem. Assim como estou, só dá para adiantar que estou confusa. O que, por pior que seja, de alguma maneira, é melhor que nada.
posted by Rita Dantas @ 00:29 6 comments
Quarta-feira, Dezembro 21, 2005
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Ulisses (atan aqui vai)

I. O senhorio

Chegadas de Dublin, eu e a Lisa (já chega de L's) estávamos à espera de encontrar o senhorio, que viria finalmente cumprir a sua promessa de nos trazer as contas e proceder ou ao reembolso do depósito de acordo com estimativas, ou ao recolher dos detalhes necessários a reembolsar-nos posteriormente (como, ninguém sabe, já que ele nos achava muito presunçosas por querermos que ele fizesse uma transferência).

Ele não estava, jantamos uma magnífica pasta all'tutti qui si truova nell frigo (hum, estava mesmo boa) e ele ligou. Que vinha. Fi-lo prometer que antes de vir ligava para nos dar já uma estimativa das contas que, de acordo com o próprio, estavam mesmo ali à sua frente.Ligou, mas foi a Lisa que atendeu e não lhe contou nada disso. Pois claro. Mandou-nos estar acordadas por volta das três (!!!!). Estávamos. Às cinco, ligamos. Que demorava só um segundo. Meia hora depois chega, comentando que decidiu seguir a estimativa da Lisa, que contas não há nem nunca houve, que ainda não chegaram, como é que ainda não tínhamos percebido isso,, e exigindo saber o nome de todas as pessoas com quem falamos acerca do processo, obrigando-nos inclusive a escrever uma carta à secretária do departamento, missivazinha ridícula em papel pautado (nota para self: escrever à amorosa senhora a avisá-la). Continua sempre num tom muitíssimo mal educado a roçar o ofensivamente agressivo, conta com um sorriso como o nosso contrato não tem valor legal, explico-lhe com um sorriso que não foi o que achou o advogado, pelo que volta ao seu ar de virgem ofendida de quem acha indecente que nos tenhamos mexido para não ficar sem nada.
Segue-nos por todo o processo de fazer as malas e decido sair logo com a Lisa, cujo autocarro é às 6 e pouco. Táxi, aqui vamos nós. Odiar o senhorio é a emoção número um. Estou a fazer um pequeno site para as pessoas que, quase a arrendar, tiveram a brilhante ideia de googlar o senhor.

II.A viagem

Chegada à estação, partida a minha Lisa por entre lágrimas escondidas, resta aguentar o frio de rachar até às oito, hora a que abre o guichet onde se pode deixar a bagagem. Frio de rachar, muito, não dá para ler, as quinhentas malas não dão para sair muito do lugar, socorro. Finalmente o guichet abre (depois de o relógio ter mostrado as mesmas oito em ponto por uns quinhentos minutos, argh, relógios, não percebem nada). Deixei as malas e fui comprar o meu Londres-Stansted. Com um ar cândido a senhora explica-me que a ligação não vai funcionar, que os 40 minutos que tenho em Londres não chegam para me mudar de um autocarro para o imediatamente ao lado, que há não sei o quê na M não sei quantos. Bilhetes para Londres mais cedo do que o meu, também não há. Solução única, minha, que ela não via nenhuma, desistir do bilhete de autocarro, comprar um de comboio para Londres. Muito mais leve (menos 3 malas e quarenta libras), fiz um tour expresso de Bath, incluindo a visita mais rápida aos banhos romanos de sempre, mais uma compra de Natal e um caminho penoso com as malas para a estação dos comboios (eu apanhava um táxi, mas é do outro lado da rua...). Finalmente, comboio. Uma hora e pouco depois, Londres. Táxi para Victoria Coach, conversa taxística típica, os portugueses mais as sardinhas. Autocarro para Standsted, se tudo correr bem, estou no aeroporto duas horas e quarenta minutos antes do embarque. Não corre. Depois de uma delirante passeata por Londres durante a qual o motorista recolhe ou ignora passageiros de acordo com a sua disposição e de um fascinante tour dos subúrbios que me fez levar a sério pela primeira vez as pessoas que dizem coisas como "sim, mas na parte bonita do Cacém", chegamos a uma magnífica fila, que nos atrasou quarenta minutos. Anche assim, estava finalmente no aeroporto e, depois de uns 20 minutos numa das duas filas para Girona, mudei-me finalmente para o do lado, a quilométrica fila única para o Porto. Depois de chegar ao check in, mandaram-me evidentemente pagar a bagagem em excesso, com as malas todas atrás, e voltar. Incrível, não perdoavam nem um quilito (quanto mais treze, claro). Depois de outra fila gigante, restáva-me correr para a segurança, onde revistaram a minha mala com uma amorosidade inglesa sem par (não estou a ser irónica, há formas de revistar uma mala que podem parecer uma tranquila e amável pausa para o chá). Ora depois de me esquivar à fila para embarcar entrando por último, e de inventar lugares no avião para toda a minha bagagem de mão, sentei-me ao lado de dois castiços imigrantes. Com o que passo à terceira parte da minha odisseia, dezasseis horas depois de acordar.

III.O voo

Os castiços eram mesmo castiços. Começamos com uma conversa cheia de lugares comuns, trocamos receitas, ideias, informações sobre as respectivas terras edesterras, tudo num português muito muito de Portugal. Como estavam muito agradecidos por ter traduzido uma conversa com a hospedeira, passei a tradutora de serviço, o que não impedou diálogos fascinantes como "queres vir comigo para as caraíbas?", "yes, yes, sir, in just a moment". Coitadas delas, um dos senhores já tinha bebido um bocadinho de vinho a mais. Deve ser por isso que quando voltou da casa de banho, apresentou a Ritinha, mulher do Minho (a conversa da mulher do Minho vem do peso da minha bagagem de mão, e da minha explicação de que nós, as mulheres do Minho, não somos exactamente delicadas florzinhas de estufa) a todo o avião, recomendando-me a diversos rapazes, todos certamente muito jeitosos, exigindo palmas e tudo, sentando-se finalmente depois. Mesmo à filme, emigrante da primeira geração meets comédia romântica americana.
E depois, muitos desejos de felicidades e bom Natal à mistura, cheguei a casa. E agoro estou no Porto e está sol, desejo de Natal número um.
posted by Rita Dantas @ 11:53 6 comments
Terça-feira, Dezembro 20, 2005
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Ah!

E Feliz Natal para vocês todos, beijinhos grandes, etc. A sério. Espero ainda ter tempo de vir cá escrever isto outra vez, numa disposiçãp mais consonante!
posted by Rita Dantas @ 09:22 9 comments
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Adoro o Natal, adoro o Natal, adoro o Natal.

Adoro o Natal, adoro o Natal, adoro o Natal.
posted by Rita Dantas @ 09:22 1 comments
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Adoro, adoro o Natal

Mas odeio com todas as minhas forças o dia de hoje, o senhorio, a National Express, os comboios, tudo e todos, especialmente aquela balofa pouco inteligente que me explicou com uns olhos cândidos que hoje todos os autocarros vão chegar atrasados, logo é melhor mudar todos os meus bilhetes e gastar uma dinheirama desgraçada. Escusado será dizer que daqui a muito pouco tempo estarei também a odiar a Ryanair por me cobrar tanto de bagagem em excesso como do voo. É natal daqui a quatro dias, Rita, Natal daqui a 4 dias. Keep focused.
PS:Sorte dos familiares já com prenda, é o que vos digo.
posted by Rita Dantas @ 09:17 1 comments
Sexta-feira, Dezembro 16, 2005
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Para o raio com o horóscopo (I)

(Confissões em dia de último essay)

This would be a good day to stay home and putter about the house, dear Aries. It is not a good day to travel or to begin any major projects. This could be just the excuse you have needed for taking a day off from your life! You need not answer the phone or fulfill any obligations whatsoever. Simply stay put and tackle some minor household chores. If even that is too much, then curl up with a cup of tea and a good book.
PS: In case you have to finish an essay, party with teachers and fellow students, do some major household tasks, perhaps fight your stupid landlord over deposit money, pack for Dublin and wake up at 4 am tomorrow, just ignore this.
posted by Rita Dantas @ 09:45 1 comments
Quinta-feira, Dezembro 15, 2005
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Nunca como hoje

...quis tanto que leitores desavindos em horário pós-laboral viessem ao blog. É para vos dizer, só a vocês, que a lua só estará denovo tão brilhante como hoje daqui a dezoito anos e meio, disse-me um velhote na Great Pulteney Street.
posted by Rita Dantas @ 16:45 5 comments
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Querido Pai Natal,

É só para te avisar que já sou uma miúda de 5.0 pixéis. Como por causa disso vou ter de prescindir de outros disparates como malas lindas mas dispensáveis, roupa interior nova ou sapatos de salto incompatíveis com o frio, estás mesmo a ver ao que vem esta adenda à minha carta anterior.

Para além disso, aqui ficam os meus outros desejos para as férias (e não me venhas dizer que isso não é da tua competência. Lembra-te que o Guterres introduziu a polivalência, e que estás sob a permanente concorrência do Menino Jesus):

- um dia de sol de Inverno em Lisboa.Para gozar entre chiadices.
- um dia de sol de Inverno no Porto (ver 5.0).
- conversas de miúdas com o Tejo em fundo.
- um natal cheio de amor e paz (é sério, especialmente a parte da paz, que do amor a malta trata sempre. Se tenho uma 5.0, quero fotografar o meu avô Necas feliz, não a observar as suas filhas desavindas).
- poucas complicações burocráticas (sim, porque já sei que não me tratas da ADSE)
- que o tempo se desdobre.
- pelo menos um almoço na DGCI, com a Etelvina, o Zé Marques, o Manzas, etc(incluir no etc mais pessoas que não façam dieta para além do doce da Etelvina.Irra.)
- vinho e conversas cheias.

Eu farei a minha parte, mas vê tu também o que poes fazer.
Antecipadamente grata pela atenção concedida,

Eu (a chata do costume)
posted by Rita Dantas @ 16:35 5 comments
Quarta-feira, Dezembro 14, 2005
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Obrigada!

São uns amores.
posted by Rita Dantas @ 09:37 1 comments
Terça-feira, Dezembro 13, 2005
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Inquérito sociológico

- O que vos parece o Euronews?
- Costuma ver esse canal, e se sim, porquê?
- Parece-vos que possa contribuir para a formação/manutenção/construção de uma qualquer identidade europeia?
- Existe uma identidade europeia? Vai existir? O que ajuda e o que não?

PS: Estou a falar a sério. Mas não preciso nem quero respostas académicas, o que precisava mesmo era da opinião imediata de quem não está imerso em artigos sobre o assunto, a primeira frase, primeira reacção, primeira resposta.
posted by Rita Dantas @ 12:23 16 comments
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Piada do dia


Aqui, via o meu fratellico, lembrando os geniais momentos que costumamos gastar à porta da Foto Beleza a admirar o bom gosto que, cada vez mais, caracteriza as fotos de casamentos (e a originalidade, céus!).

Eis algumas tendências actuais que gostava de partilhar convosco:

- Os rosas e pastéis dos anos 80 deram lugar aos vermelhos e bordeaux no toque romântico.

- Como as cores, as noivas também espicaçaram. Se dantes o objectivo era estar bonita e feliz, agora sexy é o mínimo. Com um entendimento desta sensualidade que não passa do básico, óbvio e barato, uma cara entre o delico-doce e o excitado, "come-me agora, por favor", mas com alguma agressividade, um toque de "há três semanas que estou à espera da Netcabo, paguei, já cá vieram duas vezes e continuo sem net". As poses correspondem, claro.

- Por outro lado, a par desta sexualidade recém-assumida, a fronteira entre o romântico e o piroso desapareceu de vez. Não há nada de absurdo em sair do casamento, mandar os convidados almoçar, e ir correr para a praia ao por do sol com o novo mais que tudo, que romântico, e mais um cameramen, um fotógrafo e um ajudante, sempre a segurar aquela redondela prateada. Snif. E se numa das vossas fotos de casamento se riem debaixo de um guarda-chuva cor de rosa para se protegerem de uma chuva de pétalas de flores, não vale culpar as alterações climáticas.

(lista em construção)
posted by Rita Dantas @ 09:45 2 comments
Segunda-feira, Dezembro 12, 2005
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Dia da grande apresentação:

- Vir gira (V)
- Saber do que estou a falar (V)
- Gostar muito do que estou a falar (V)
- Ter os pontos mais importantes numas folhinhas como as dos apresentadores de televisão (V)
- Apanhar as pessoas certas (V)

Podem rezar, mas espero que não tenham de rezar muito.
Ok, podiam ter rezado só mais um bocadinho.
posted by Rita Dantas @ 12:41 6 comments
Domingo, Dezembro 11, 2005
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Bradford on Avon







Este fim de semana fomos descobrir as Cotswolds, que é como quem diz, visitar uma terrinha aqui ao lado, Bradford on Avon. Foi absolutamente delicioso, com o gentil contributo de um dia de Inverno lindo e azul. Uma igreja saxónica, veredas que se jurariam no Minho, casas inglesíssimas, uma vista fabulosa e meia dúzia daqueles britânicos demasiado simpáticos para ser verdade. Tudo terminou com scones, doce e clotted cream (eu escrevia natas, mas não era nada a mesma coisa), num salão de chá a desafiar qualquer talento descritivo. As fotos, cortesia da L., chegam brevemente ao sítio do costume.
posted by Rita Dantas @ 14:42 4 comments
Sexta-feira, Dezembro 09, 2005
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Planos para o fim de semana? (II)

Ah, sim, o próximo fim-de-semana vou a Dublin. Rapidinho, vou num pé e venho noutro.

PS:Deixem lá a inveja e venham de lá as sugestões.
posted by Rita Dantas @ 13:50 6 comments
Quinta-feira, Dezembro 08, 2005
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Coisas essas sim importantes

Mas afinal a telenovela da luta de classes acabou ou não? Chega de informação contraditória!E quem é que matou o António? E quem é que dá um tiro na idiota da enfermeira das saias?
posted by Rita Dantas @ 10:48 0 comments
Segunda-feira, Dezembro 05, 2005
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Presidenciais

Cavaco Silva: Mas está tudo desmemoriado, ou quê?

Mário Soares: Mas ele não está já desmemoriado?

Jerónimo de Sousa: Não era capaz, sei demais.

Louçã: O homem que o partido ainda não tinha escolhido? Sou tão exigente com a democracia interna de uns como com a de outros.

Alegre: Podia ser um mal menor, mas o senhor escreve uns poemazinhos tão maus...(e fugir ao orçamento não foi bonito, nem inteligente, nem corajoso, nem nada).
De resto, portuguesinha de todo, nestas eleições estou desapaixonada, como o Lutz.
posted by Rita Dantas @ 15:17 8 comments
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merci, ma tante, merci, mon oncle

Quentinho da família, passeios e até presentes, o Natal antecipado veio até Bath. O programa de festejos incluiu ainda um dia de sol (hurray, estava a ver que não!), Salisbury e aquele raquítico e minúsculo círculo de pedras de que não se pode chegar perto, esperam um bocadinho, a ver se me lembro, ah, Stonehenge(gezinho). Ah, e muita comida, regada a conversa boa. E vinho português (hum, vinho português...).

A família tem destas coisas, suponho. E quando ouço falar das desgraças familiares dos outros, sorrio com um ar compreensivo mas com o calor dos que sabem que têm um porto de abrigo, uma chama que nunca se apaga, etc. (notem o etc.para cortar isto antes que ficasse demasiado piroso e eu começasse a chorar lágrimas baratas).
posted by Rita Dantas @ 10:33 5 comments